quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Não sinto muito

     Não sinto mais a ausência dos queridos
     Não sinto inveja dos que sorriem sempre e de tudo
     Não sinto mais a amargura da solidão
     Não sinto pena dos que decidem não progredir
     Não sinto mais amor pela minha família
     Não sinto emoção quando vejo batalhadores
     Não sinto mais a paixão impossível
     Não sinto o pulsar do coração de mais ninguém
     Não sinto mais necessidade sociável
     Não sinto mais nada que me faça mais fraca

     Muitos tentaram me destruir, e isso inclui a minha presença, e conseguiram.
     Hoje sou apenas isto, pele, osso, corpo, material,
     A verdade me nocauteou e me deixou na estrada para ser atropelada
     Os queridos,os sorrisos,a família e a paixão são passageiros
     Os miseráveis continuaram miseráveis
     Os batalhadores continuarão batalhadores
     E os fracos continuarão fracos, acreditando em todas essas baboseiras

     Amor, amizade, utopia, paz - nada disso me interessa mais
     Troco tudo isso por uma vida repleta de sentidos acentuados
     E de nuances de cores, lugares e pessoas diferentes.
     Tudo o que o dinheiro pode me ajudar a ter, é mais vivo
     Do que os sentimentos que me mataram e me deixaram sangrando