domingo, 7 de fevereiro de 2010

Mais fonte

http://claricelispectorclarice.blogspot.com/

Clarice por Clarice

“Uma vez eu irei. Uma vez irei sozinha, sem minha alma dessa vez. O espírito, eu o terei entregue à família e aos amigos com recomendações. Não será difícil cuidar dele, exige pouco, às vezes se alimenta com jornais mesmo. Não será difícil levá-lo ao cinema, quando se vai. Minha alma eu a deixarei, qualquer animal a abrigará: serão férias em outra paisagem, olhando através de qualquer janela dita da alma, qualquer janela de olhos de gato ou de cão. De tigre, eu preferiria. Meu corpo, esse serei obrigada a levar. Mas dir-lhe-ei antes: vem comigo, como única valise, segue-me como um cão. E irei à frente, sozinha, finalmente cega para os erros do mundo, até que talvez encontre no ar algum bólide que me rebente. Não é a violência que eu procuro, mas uma força ainda não classificada mas que nem por isso deixará de existir no mínimo silêncio que se locomove. Nesse instante há muito que o sangue já terá desaparecido. Não sei como explicar que, sem alma, sem espírito, e um corpo morto — serei ainda eu, horrivelmente esperta. Mas dois e dois são quatro e isso é o contrário de uma solução, é beco sem saída, puro problema enrodilhado em si. Para voltar de ‘dois e dois são quatro’ é preciso voltar, fingir saudade, encontrar o espírito entregue aos amigos, e dizer: como você engordou! Satisfeita até o gargalo pelos seres que mais amo. Estou morrendo meu espírito, sinto isso, sinto...”


Fontes:
http://www.casaruibarbosa.gov.br/dados/DOC/literatura/clarice_lispector/bibliografia_sobre.html

http://www.claricelispector.com.br/Default.aspx

Clarice Linspector - Biografia e Bibliografia

• 1920Clarice Lispector
- Nasce Clarice Lispector a 10 de dezembro em Tchetchelnik, aldeia da Ucrânia, filha de Marieta e Pedro Lispector.

• 1921
- Clarice Lispector chega ao Brasil com dois meses de idade, razão pela qual se considera muito mais brasileira do que russa,e vai residir em Maceió.

• 1924
- A família se transfere para Recife, onde Clarice passa a sua infância, em um prédio da Praça Maciel Pinheiro. Estuda no Grupo Escolar João Barbalho, passando daí para o Ginásio Pernambucano.

• 1930
- Falece sua mãe.

• 1933
- Pedro Lispector transfere-se com a família para o Rio de Janeiro, passando Clarice a estudar no Colégio Sílvio Leite. Nesse período lê bastante, não só a literatura romântica de Delly, como também as obras de escritores consagrados como Júlio Dinis, Eça de Queirós, José de Alencar e Dostoiewski.

• 1938
- Prepara-se, no Colégio Andrews, para ingressar na Faculdade de Direito.
- Nessa época, freqüenta uma pequena biblioteca de aluguel na Rua Rodrigo Silva, onde escolhe os livros pelo título. Descobre, ocasionalmente, a obra de Katherine Mansfield.

• 1940
- Entra para a Faculdade Nacional de Direito.
- Falece seu pai.

• 1941
- Redatora da Agência Nacional, trabalha ao lado de Lúcio Cardoso, que se tornaria um de seus melhores amigos.

• 1942
- Enquanto cursa a faculdade, começa a escrever seu primeiro romance, Perto do Coração Selvagem.

• 1943
- Trabalha em A Noite como redatora, indo depois para o Diário da Tarde, onde faz uma página feminina assinada por llka Soares.
- Naturaliza-se brasileira.
- Casa-se com o diplomata Mauri Gurgel Valente, em 23 janeiro.

• 1944
- Acompanha o marido a Nápoles. Nessa cidade presta ajuda a um hospital de soldados brasileiros.
- Começa a escrever O Lustre.
- Publica o primeiro livro, Perto do Coração Selvagem, pela editora A Noite. Neste mesmo ano o romance é laureado com o PrêmioGraça Aranha.

• 1946
- Publica, pela Agir, O Lustre.

• 1946
- Reside em Berna, de onde viaja para a Espanha.

• 1949
- França e Itália. Conhece Ungaretti e De Chirico.

• 1949
- Em 10 de setembro nasce, em Berna, seu primeiro filho, Pedro.

• 1950
- Regressa ao Rio de Janeiro.

• 1951
- Passa seis meses em Torkway, na Inglaterra, onde faz as primeiras anotações para A Maçã no Escuro.

• 1952
- Publica Alguns Contos.
- Escreve a crônica "Entre Mulheres" para a revista Comício, sob o pseudônimo de Teresa Quadros.

• 1952-1959
- Reside em Washington.

• 1953
- Em 10 fevereiro, nasce o segundo filho, Paulo.

• 1958-1959
- Colabora para a revista Senhor.

• 1959
- Separa-se do marido e passa a residir definitivamente, com os filhos, no Rio de Janeiro.

• 1959-1960
- Assina, sob o pseudônimo de Helen Palmer, a coluna "Feira de Utilidades", publicada no Correio da Manhã.

• 1962
- Recebe o Prêmio Carmem Dolores pelo romance A Maçã no Escuro.

• 1963
- Pronuncia, no Texas, a conferência "Literatura Atual no Brasil".

• 1967
- Fica gravemente ferida por causa de um incêndio em seu apartamento.

• 1967-1973
- Escreve crônica semanal, aos sábados, para o Jornal do Brasil.

• 1968
- Passa a integrar a Ordem da Calunga, da Campanha Nacional da Criança.

• 1969
- Recebe o prêmio Golfinho de Ouro.

• 1975
- Participa do 1º Congresso Mundial de Bruxaria, em Bogotá, com o texto "Literature and Magic".

• 1977
- Publica uma série de entrevistas em Fatos e Fotos, sob o título de "Diálogos Possíveis com Clarice Lispector".
- Falece em 9 de dezembro.

Bibliografia
No Brasil:

•Alguns Contos. Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Saúde, 1952.

• Água-Viva. Rio de Janeiro: Artenova, 1973.

• Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres. Rio de Janeiro: Sabiá, 1969.

• A Bela e a Fera. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1979.

• A Cidade Sitiada. Capa de Santa Rosa. Rio de Janeiro: A Noite, 1949.
Laços de família
• Clarice Lispector. Rio de Janeiro: Fundação Museu da Imagem e do Som, 1991. (Depoimentos, 7).

• Clarice Lispector. Seleção de textos, notas, estudos biográfico, histórico e crítico e exercícios por Samira Youssel Campedelli e Benjamim Abdala Jr. São Paulo: Abril Educação, 1981.

• De Corpo Inteiro, Rio de Janeiro: Artenova, 1975.

• A Descoberta do Mundo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984.

• Felicidade Clandestina. Rio de Janeiro: Sabiá, 1971.

• Laços de Família. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1960.

• A Legião Estrangeira. Rio de Janeiro: Ed. do Autor, 1964.

• O Lustre. Capa de Santa Rosa. Rio de Janeiro: Agir, 1946.

• A Imitação da Rosa. Rio de Janeiro: Artenova, 1973.

• A Hora da Estrela. Rio de Janeiro: José Olympio, 1977.

• A Maçã no Escuro. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1961.

• O Mistério do Coelho Pensante. Uma Estória Policial para Crianças. Rio de Janeiro: José Álvaro, 1967.

• Mistério em São Cristóvão. Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Saúde, 1952.

• A Mulher Que Matou os Peixes. Desenhos de Carlos Scliar. Rio de Janeiro: Sabiá, 1968.

• Onde Estivestes de Noite? Rio de Janeiro: Artenova, 1974.

• A Paixão segundo G.H. Rio de Janeiro: Ed. do Autor, 1964.

• A Paixão segundo G.H. Edição crítica coordenada por Benedito Nunes. Paris, Association Archieves de la Littérature Latino-Americaine, des Caraibes et Africaines du XXe. Siécle; Brasília: CNPQ, 1988.

• Para Não Esquecer. São Paulo: Ática, 1978.

• Perto do Coração Selvagem. Capa de Santa Rosa. Rio de Janeiro: A Noite, 1944.

• Quase Verdade. Rio de Janeiro: Rocco, 1967.

• Seleta. Seleção e texto-montagem de Renato Cordeiro Gomes. Estudos e notas de Amariles Guimarães Hill. Brasília: INL, 1975.

• Um Sopro de Vida. Pulsações. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1978.

• A Via Crucis do Corpo. Rio de Janeiro: Artenova, 1974.

• A Vida Íntima de Laura. Rio de Janeiro: José Olympio, 1974.

• Visão do Esplendor. Impressões Leves. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1975.

No exterior:

• Água Viva. Traduit par Regina Helena de Oliveira Machado. Paris: Des Femmes, 1980.

• Der Apfel im Dunkeln [A Maçã no Escuro]. Deutsch von Curt Meyer-Clason. Hamburg: Claasen, 1964.

• Der Apfel im Dunkeln [A Maçã no Escuro]. Aus dem brasilianischen Portugiesisch von Curt Meyer-Clason. Frankfurt: Suhrkamp, 1983.

• Un Apprendistato o II Libro dei Piaceri. Traduzione e introduzione di Rita Desti; con una nota di Luciana Stegagno Picchio. Torino: La Rosa, 1981.

• Un Aprendizaje o El Libro de los Praceres. Traducción de Juan García Gayo. Buenos Aires: Sudamericana, 1973.

• The Appel in the Dark. Translated by Gregory Rabassa. London: Virago, 1985.

• Le Bâtisseur de Ruines [A Maçã no Escuro]. Traduit du brésilien par Violante do Canto. Paris: Gallimard, 1970.

• Blizko divokého srdce zivota [Perto do Coração Selvagem]. Prelozila Pavla Lidmilová. Praha: Odeon, 1973.

• La Belle et la Bête [A Bela e a Fera] suivi de Passion des Corps [A Via Crucis do Corpo]. Traduit par Claude Farny. Paris, Des Femmes, 1985.

• Cerca del Corazón Salvaje. Traducción de Basilio Losada. Madrid: Alfaguara, 1977.

• Discovering the World. Translated and introduced by Giovanni Pontiero. Manchester: Carcanet, 1992.

• Eine Lehre oder Das Buch der Lüste [Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres]. Aus dem brasilianischen Portugiesisch von Christiane Schrübbers. Berlim: Lilith, 1982.

• Family Ties. Translated by Giovanni Pontiero. Austin: University of Texas, 1984.

• The Foreign Legion. Stories and Chronicles. Translated by Giovanni Pontiero. Manchester: Carcanet, 1986.

• L'Heure de l'Étoile. Traduit par Marguerite Wuncher. Paris: Des Femmes, 1984.

• The Hour of the Star. Translated by Giovanni Pontiero. Manchester: Carcanet, 1986.

• Liens de Famille. Traduit par Jacques et Teresa Thiérot. Paris: Des Femmes, 1989.

• Le Lustre. Traduit par Jacques et Teresa Thiérot. Paris: Des Femmes, 1990.

• La Manzana en la Oscuridad. Traducción de Juan García Gayo. Buenos Aires: Sudamericana, 1974.

• Die Nachahmung der Rose [A Imitaçâo da Rosa]. Übertragung aus dem Brasilianischen und Nachwort von Curt Meyer-Clason. Frankfurt: Suhrkamp, 1982.

• Nahe dem wilden Herzen [Perto do Coração Selvagem]. Aus dem brasilianischen Portugiesisch von Ray-Güde Mertin. Frankfurt: Suhrkamp, 1983.

• Near to the Wild Heart. Translated by Giovanni Pontiero. Manchester: Carcanet, 1990.

• Okmzik pro hvezdu [A Hora da Estrela]. In: Pet brazilsky'ch novel. Praha: Odeon, 1981.

• Où Etais-tu pendant la Nuit? Traduit par Genevive Leibrich et Nicole Biros. Paris: Des Femmes, 1985.

• La Passion selon G.H. Traduit par Claude Farny. Paris: Des Femmes, 1978.

• La Passione secondo G.H. Traduit par Adelina Alletti; con una nota di Angelo Morino. Torino: La Rosa, 1982.

• Près du Coeur Sauvage. Traduit par Denise Teresa Moutonnier. Paris: Plon, 1954.

• Près du Coeur Sauvage. Traduit par Regina Helena de Oliveira Machado. Paris: Des Femmes, 1981.

Traduções:

Bibliografia

• CHRISTIE, Agatha. A Carga. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1974.

_____. Cai o Pano. O Último Caso de Hercule Poirot. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, s.d.

• CHAGALL, Bela. Luzes Acesas. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1975.

• CRENSHAW, Mary Ann. A Receita Natural para Ser Bonita. Rio de Janeiro: Artenova, 1975.

• LAINÉ, Pascal. A Rendeira. Rio de Janeiro: Imago, 1975.

• MACLEAN, Alistair. A Segunda Aurora. s.n.t.

• MENNINGER, Karl. O Pecado de Nossa Época. Rio de Janeiro: José Olympio, 1975.

• POE, E. Allan. O Gato Preto e Outras Histórias de Allan Poe. Rio de Janeiro: Ed. de Ouro, s.

Pra se divertir com os bichanos

http://icanhascheezburger.com/page/4/

Entrevista sobre gatos

Porque uma auto entrevista sobre gatos?

Porque é um animal que merece ser valorizado e comentado ainda que seja numa autoentrevista.

As pessoas normalmente preferem cachorros, porque você prefere gatos?

Tem uma frase que explica bem esse meu sentimento: "Prefiro os gatos aos cachorros porque quando chingo e peço pra ficar sozinho, o gato não volta com o rabo abanando". Ou seja gatos são mais espertos e inteligentes.

E quanto às ofensas que as pessoas normalmente atribuem aos gatos? Metido, falso, não é carinhoso, arisco, interesseiro.

Pra saber lidar com os gatos é necessário ter a consciência de que você precisa conquistá-lo, ele não é idiota e carente a ponto de ficar fazendo gracinhas pra você a troco de nada. Se um gato percebe que você não é amigo, ele vai se afastar de você. Ele não é falso nem interesseiro, mas outro erro de criação normalmente é tratar os animais como seres burros e como propriedades sua. Se vc for estupido e interesseiro, no sentido de só se aproximar do bichinho quando quer atenção. Ele vai agir da mesma maneira com você. É preciso ter consciência de que apesar de ser um animal, os animais de estimação tem vontades e necessidades que precisam ser respeitadas. Arisco também é outro erro de criação ser rigido com um gato significa perde-lo para outro dono. Quando ele tiver oportunidade vai sair de sua casa e se for adotado tem a possibilidade de adotar esse novo dono.

Há quanto tempo o gato é bicho de estimação?

Os gatos tem uma longa história, adorados como deuses e enviados dos céus no egito chegaram a ser considerados demônios na idade média. Foi nesse periodo que surgiu a história de gatos com "bruxas" e o mito do gato preto. Mas institucionalizou-se mesmo como animal de estimação só nos fins do século dezoito para o início do século dezenove.

Quantas raças existem atualmente?

Provavelmente entre 1.000 e 1.500. O processo de criação de raças começou a pouco mais de um século, então o número de raças descobertas ainda são incertas.

A qual família biológica os gatos pertencem?

À família dos felídios na subdivisão da família felinae, na divisão dos gatos selvagens. Porque é o seguinte: Os felídeos se subdividem em taxonomia indeterminada(chitas), subfamilia patherinae(Linhagem da pantera), e a subfamília felinae (que se dividem entre gatos selvagens, ocelotes, e também a linhagem da pantera), e os gatos domésticos fazem parte do grupo dos gatos selvagens.

Como assim grupo dos gatos selvagens?

O grupo dos gatos selvagens tem como maior representante o gato selvagem africano que pode pesar até 16 kg. Mas tem como membros do grupo Gato de Pallas, Gato do mato, Gato Pardo, Gato-de Savana, Gato do deserto chinês, Gato selvagem e o gato doméstico.

Mas você acha então que gato é o melhor animal de estimação para uma pessoa ter?

Depende da pessoa. Todo animal tem seu espaço e merece respeito. E cada pessoa combina com um tipo de animal. Mas o que acho é que é injusta a fama que atribuem aos gatos. Eles são animais carinhosos, respeitadores e leais.

Quantos animais de estimação vc já teve?

No total? xD
2 porquinhos da índia, 1 hamster, 1 maritaca, 7 cachorros, 3 coelhos e aproximadamente 92, mas isso durante toda a vida.

Bom é isso, tenham animais de estimação
xD

O dia em que nasci moura e pereça,

O dia em que nasci moura e pereça,
Não o queira jamais o tempo dar;
Não torne mais ao Mundo, e, se tornar,
Eclipse nesse passo o Sol padeça.

A luz lhe falte, O Sol se [lhe] escureça,
Mostre o Mundo sinais de se acabar,
Nasçam-lhe monstros, sangue chova o ar,
A mãe ao próprio filho não conheça.

As pessoas pasmadas, de ignorantes,
As lágrimas no rosto, a cor perdida,
Cuidem que o mundo já se destruiu.

Ó gente temerosa, não te espantes,
Que este dia deitou ao Mundo a vida
Mais desgraçada que jamais se viu!

Luis Vaz de Camões

Poeta português. As informações sobre a sua biografia são relativamente escassas e pouco seguras, apoiando-se num número limitado de documentos e breves referências dos seus contemporâneos. A própria data do seu nascimento, assim como o local, é incerta, tendo sido deduzida a partir de uma Carta de Perdão real de 1553. A sua família teria ascendência galega, embora se tenha fixado em Portugal séculos antes. Pensa-se que estudou em Coimbra, mas não se conserva qualquer registo seu nos arquivos universitários.

Serviu como soldado em Ceuta, por volta de 1549-1551, aí perdendo um olho. Em 1552, de regresso a Lisboa, esteve preso durante oito meses por ter ferido, numa rixa, Gonçalo Borges, um funcionário da corte. Data do ano seguinte a referida Carta de Perdão, ligada a essa ocorrência. Nesse mesmo ano, seguiu para a Índia. Nos anos seguintes, serviu no Oriente, ora como soldado, ora como funcionário, pensando-se que esteve mesmo em território chinês, onde teria exercido o cargo de Provedor dos Defuntos e Ausentes, a partir de 1558. Em 1560 estava de novo em Goa, convivendo com algumas das figuras importantes do seu tempo (como o vice-rei D. Francisco Coutinho ou Garcia de Orta). Em 1569 iniciou o regresso a Lisboa. No ano seguinte, o historiador Diogo do Couto, amigo do poeta, encontrou-o em Moçambique, onde vivia na penúria. Juntamente com outros antigos companheiros, conseguiu o seu regresso a Portugal, onde desembarcou em 1570. Dois anos depois, D. Sebastião concedeu-lhe uma tença, recompensando os seus serviços no Oriente e o poema épico que entretanto publicara, Os Lusíadas. Camões morreu a 10 de Junho de 1580, ao que se diz, na miséria. No entanto, é difícil distinguir aquilo que é realidade, daquilo que é mito e lenda romântica, criados em torno da sua vida.

Da obra de Camões foram publicados, em vida do poeta, três poemas líricos, uma ode ao Conde de Redondo, um soneto a D. Leonis Pereira, capitão de Malaca, e o poema épico Os Lusíadas. Foram ainda representadas as peças teatrais Comédia dos Anfitriões, Comédia de Filodemo e Comédia de El-Rei Seleuco. As duas primeiras peças foram publicadas em 1587 e a terceira, apenas em 1645, integrando o volume das Rimas de Luís de Camões, compilação de poesias líricas antes dispersas por cancioneiros, e cuja atribuição a Camões foi feita, em alguns casos, sem critérios rigorosos. Um volume que o poeta preparou, intitulado Parnaso, foi-lhe roubado.

Na poesia lírica, constituída por redondilhas, sonetos, canções, odes, oitavas, tercetos, sextinas, elegias e éclogas, Camões conciliou a tradição renascentista (sob forte influência de Petrarca, no soneto) com alguns aspectos maneiristas. Noutras composições, aproveitou elementos da tradição lírica nacional, numa linha que vinha já dos trovadores e da poesia palaciana, como por exemplo nas redondilhas «Descalça vai para a fonte» (dedicadas a Lianor), «Perdigão perdeu a pena», ou «Aquela cativa» (que dedicou a uma sua escrava negra). É no tom pessoal que conferiu às tendências de inspiração italiana e na renovação da lírica mais tradicional que reside parte do seu génio.
Na poesia lírica avultam os poemas de temática amorosa, em que se tem procurado solução para as muitas lacunas em relação à vida e personalidade do poeta. É o caso da sua relação amorosa com Dinamene, uma amada chinesa que surge em alguns dos seus poemas, nomeadamente no conhecido soneto «Alma minha gentil que te partiste», ou de outras composições, que ilustram a sua experiência de guerra e do Oriente, como a canção «Junto dum seco, duro, estéril monte».
No tratamento dado ao tema do amor é possível encontrar, não apenas a adopção do conceito platónico do amor (herdado da tradição cristã e da tradição e influência petrarquista) com os seus princípios básicos de identificação do sujeito com o objecto de amor («Transforma-se o amador na cousa amada»), de anulação do desejo físico («Pede-me o desejo, Dama, que vos veja / Não entende o que pede; está enganado.») e da ausência como forma de apurar o amor, mas também o conflito com a vivência sensual desse mesmo amor. Assim, o amor surge, à maneira petrarquista, como fonte de contradições, tão bem expressas no justamente célebre soneto «Amor é fogo que arde sem se ver», entre a vida e a morte, a água e o fogo, a esperança e o desengano, inefável, mas, assim mesmo, fundamental à vida humana. A concepção da mulher, outro tema essencial da lírica camoniana, em íntima ligação com a temática amorosa e com o tratamento dado à natureza (que, classicamente vista como harmoniosa e amena, a ela se associa, como fonte de imagens e metáforas, como termo comparativo de superlativação da beleza da mulher, e, à maneira das cantigas de amigo, como cenário e/ou confidente do drama amoroso), oscila igualmente entre o pólo platónico (ideal de beleza física, espelho da beleza interior, manifestação no mundo sensível da Beleza do mundo inteligível), representado pelo modelo de Laura, que é predominante (vejam-se a propósito os sonetos «Ondados fios de ouro reluzente» e «Um mover d'olhos, brando e piedoso»), e o modelo renascentista de Vénus.
Temas mais abstractos como o do desconcerto do mundo (expresso no soneto «Verdade, Amor, Razão, Merecimento» ou na esparsa «Os bons vi sempre passar/no mundo graves tormentos»), a passagem inexorável do tempo com todas as mudanças implicadas, sempre negativas do ponto de vista pessoal (como observa Camões no soneto «Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades»), as considerações de ordem autobiográfica (como nos sonetos «Erros meus, má fortuna, amor ardente» ou «O dia em que eu nasci, moura e pereça», que transmitem a concepção desesperançada, pessimista, da vida própria), são outros temas dominantes da poesia lírica de Camões.
No entanto, foi com Os Lusíadas que Camões, embora postumamente, alcançou a glória. Poema épico, seguindo os modelos clássicos e renascentistas, pretende fixar para a posteridade os grandes feitos dos portugueses no Oriente. Aproveitando a mitologia greco-romana, fundindo-a com elementos cristãos, o que, na época, e mesmo mais tarde, gerou alguma controvérsia, Camões relata a viagem de Vasco da Gama, tomando-a como pretexto para a narração da história de Portugal, intercalando episódios narrativos com outros de cariz mais lírico, como é o caso do da «Linda Inês». Os Lusíadas vieram a ser considerados o grande poema épico nacional. Toda a obra de Camões, de resto, influenciou a posterior literatura portuguesa, de forma particular durante o Romantismo, criando muitos mitos ligados à sua vida, mas também noutras épocas, inclusivamente a actual. No século XIX, alguns escritores e pensadores realistas colaboraram na preparação das comemorações do terceiro centenário da sua morte, pretendendo que a figura de Camões permitisse uma renovação política e espiritual de Portugal.

Amplamente traduzido e admirado, é considerado por muitos a figura cimeira da língua e da literatura portuguesas. São suas a colectânea das Rimas (1595, obra lírica), o Auto dos Anfitriões, o Auto de Filodemo (1587), o Auto de El-Rei Seleuco (1645) e Os Lusíadas (1572).
Luís Vaz de Camões (c. 1524 — 10 de Junho de 1580) é frequentemente considerado como o maior poeta de língua portuguesa e dos maiores da Humanidade. O seu génio é comparável ao de Virgílio, Dante, Cervantes ou Shakespeare; das suas obras, a epopéia Os Lusíadas é a mais significativa.

"Tão grandes homens como este, em letras, juizo e qualidade, não dizem coisa que não seja para ser dita" : Manuel de Faria e Sousa in Rimas de Camões, 1685, p. 32

Origens e juventude

Desconhece-se a data e o local onde terá nascido Camões. Admite-se que nasceu entre 1517 e 1525. A sua família é de origem galega que se fixou em Vilar de Nantes, freguesia do concelho de Chaves e mais tarde terá ido para Coimbra e para Lisboa, lugares que reivindicam ser o local de seu nascimento. Frequentemente fala-se também em Alenquer, mas isto deve-se a uma má interpretação de um dos seus sonetos, onde Camões escreveu "[…] / Criou-me Portugal na verde e cara / pátria minha Alenquer […]". Esta frase isolada e a escrita do soneto na primeira pessoa levam as pessoas a pensarem que é Camões a falar de si. Mas a leitura atenta e completa do soneto permite concluir que os factos aí presentes não se associam à vida de Camões. Camões escreveu o soneto como se fosse um indivíduo, provavelmente um conhecido seu, que já teria morrido com menos de 25 anos de idade, longe da pátria, tendo como sepultura o mar.

O pai de Camões foi Simão Vaz de Camões e sua mãe Ana de Sá e Macedo. Por via paterna, Camões seria trineto do trovador galego Vasco Pires de Camões, e por via materna, aparentado com o navegador Vasco da Gama.

Entre 1542 e 1545, viveu em Lisboa, trocando os estudos pelo ambiente da corte de D. João III, conquistando fama de poeta e feitio altivo.

Viveu algum tempo em Coimbra onde teria freqüentado o curso de Humanidades, talvez no Mosteiro de Santa Cruz, onde tinha um tio padre, D. Bento de Camões. Não há registos da passagem do poeta por Coimbra. Em todo o caso, a cultura refinada dos seus escritos torna a única universidade de Portugal do tempo como o lugar mais provável de seus estudos.

Ligado à casa do Conde de Linhares, D. Francisco de Noronha, e talvez preceptor do filho D. António, segue para Ceuta em 1549 e por lá fica até 1551. Era uma aventura comum na carreira militar dos jovens, recordada na elegia Aquela que de amor descomedido. Num cerco, teve um dos olhos vazados por uma seta pela fúria rara de Marte. Ainda assim, manteve as suas potencialidades de combate.

De regresso a Lisboa, não tarda em retomar a vida boémia. São-lhe atribuídos vários amores, não só por damas da corte mas até pela própria irmã do Rei D. Manuel I. Teria caído em desgraça, a ponto de ser desterrado para Constância. Não há, porém, o menor fundamento documental de que tal fato tenha ocorrido.

Segundo Manuel de Faria e Sousa seu principal biografa e comentador, em 1550 Camões destina-se a passar à Índia. Vem no registo da Armada de esse ano, que Faria encontrou o seguinte : " Luís de Camões, filho de Simão Vaz e Ana de Sá, moradores em Lisboa, na Mouraria ; escudeiro, de 25 anos, barbirruivo, trouxe por fiador a seu pai; vai na nau de S. Pedro dos Burgaleses." Ia assentado entre os homens de armas. Afinal não embarcou.

No dia de Corpus Christi de 1552 entra em rixa, e fere um certo Gonçalo Borges. Preso, é libertado por carta régia de perdão de 3 de Março de 1553 : " é um mancebo e pobre e me vai este ano servir à Índia". Embarca então na armada de Fernão Álvares Cabral, a 24 desse mesmo mês. O mesmo Manuel de Faria e Sousa encontrou o registo dessa Armada onde vem, sob o título "Gente de guerra", o seguinte assento: " Fernando Casado, filho de Manuel Casado e de Branca Queimada, moradores em Lisboa, escudeiro; foi em seu lugar Luís de Camões, filho de Simão Vaz e Ana de Sá, escudeiro; e recebeu 2400 como os demais".
Oriente

Chegado a Goa, Camões toma parte na expedição do vice-rei D. Afonso de Noronha contra o rei de Chembe, conhecido como o "rei da pimenta". A esta primeira expedição refere-se a elegia "O Poeta Simónides falando". Depois Camões fixou-se em Goa onde escreveu grande parte da sua obra épica. Considerou a cidade como uma "madrasta de todos os homens honestos" e ali estudou os costumes de cristãos e hindus, e a geografia e a história locais. Tomou parte em mais expedições militares. Entre Fevereiro e Novembro de 1554 integrou a Armada de D. Fernando de Meneses, constituída por mais de 1000 homens e 30 embarcações, ao Golfo Pérsico, aí sentindo a amargura expressa na canção "Junto de um seco, fero e estéril monte". No regresso foi nomeado "provedor-mor dos defuntos nas partes da China" pelo Governador Francisco Barreto, para quem escreveria o "Auto do Filodemo".

Em 1556 partiu para Macau, onde continuou os seus escritos. Viveu numa gruta, hoje com o seu nome, e aí terá escrito boa parte d'Os Lusíadas. Naufragou na foz do rio Mekong, onde conservou de forma heróica o manuscrito da obra, então já adiantada (cf. Lus., X, 128). No desastre teria morrido a sua companheira chinesa Dinamene, celebrada em série de sonetos. É possível que datem igualmente dessa época ou tenham nascido dessa dolorosa experiência as redondilhas "Sôbolos rios".

Regressou a Goa antes de Agosto de 1560 e pediu a protecção do Vice-rei D. Constantino de Bragança num longo poema em oitavas. Aprisionado por dívidas, dirigiu súplicas em verso ao novo Vice-rei, D. Francisco Coutinho, conde do Redondo, para ser liberto.
Camões na prisão de Goa, Moreaux pinxit et lith

De regresso ao reino, em 1568 fez escala na ilha de Moçambique, onde, passados dois anos, Diogo do Couto o encontrou, como relata na sua obra, acrescentando que o poeta estava "tão pobre que vivia de amigos" (Década 8.ª da Ásia). Trabalhava então na revisão de Os Lusíadas e na composição de "um Parnaso de Luís de Camões, com poesia, filosofia e outras ciências", obra roubada. Diogo do Couto pagou-lhe o resto da viagem até Lisboa, onde Camões aportou em Abril de 1570, na nau Santa Clara : "Em Cascais, as naus fundeadas esperavam que Diogo do Couto voltasse de Almeirim, onde fora solicitar de el-rei a sua entrada no Tejo, porque Lisboa estava fechada com a peste. Logo que a ordem veio, a Santa Clara"" entrou a barra." (Oliveira Martins)

Em 1580, em Lisboa, assistiu à partida do exército português para o norte de África.

Faleceu numa casa de Santana, em Lisboa, sendo enterrado numa campa rasa numa das igrejas das proximidades. Os seus restos encontram-se atualmente no Mosteiro dos Jerónimos.
Retratos de Camões

O único retrato que se conhece, pintado em vida de Camões, por um pintor profissional, perdeu-se. Mas a cópia, «fidelíssima cópia» feita por Luís José Pereira de Resende no segundo quartel do séc. XIX sobreviveu, e vem reproduzida acima. A Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses adquiriu-a a um antiquário americano (Richard C. Ramer, especialisado em bibliografia portuguesa). Trata-se do "retrato pintado a vermelho" por Fernão Gomes. Data do período entre 1573 e 1579, segundo Vasco Graça Moura.
Os Lusíadas e a obra lírica

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Luís de Camões por François Gérard, na edição dos Lusíadas do Morgado de Matheus.

Os Lusíadas é considerada a principal epopéia da época moderna devido à sua grandeza e universalidade. As realizações de Portugal desde o Infante D. Henrique até à união dinástica com Espanha em 1580 são um marco na História, marcando a transição da Idade Média para a Época Moderna. A epopeia narra a história de Vasco da Gama e dos heróis portugueses que navegaram em torno do Cabo da Boa Esperança e abriram uma nova rota para a Índia. É uma epopéia humanista, mesmo nas suas contradições, na associação da mitologia pagã à visão cristã, nos sentimentos opostos sobre a guerra e o império, no gosto do repouso e no desejo de aventura, na apreciação do prazer e nas exigências de uma visão heróica.
As armas e os barões assinalados
Que, da ocidental praia lusitana,
Por mares nunca de antes navegados
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados,
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo reino, que tanto sublimaram.
(...)
Cantando espalharei por toda a parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e arte

— Camões, Lusíadas, Canto I.



A obra lírica de Camões foi publicada como "Rimas", não havendo acordo entre os diferentes editores quanto ao número de sonetos escritos pelo poeta e quanto à autoria de algumas das peças líricas. Alguns dos seus sonetos, como o conhecido Amor é fogo que arde sem se ver, pela ousada utilização dos paradoxos, prenunciam o Barroco.
O estilo

É fácil reconhecer na obra poética de Camões dois estilos não só diferentes, mas talvez até opostos: um, o estilo das redondilhas e de alguns sonetos, na tradição do Cancioneiro Geral; outro, o estilo de inspiração latina ou italiana de muitos outros sonetos e das composições (h)endecassílabas maiores. Chamaremos aqui ao primeiro o estilo engenhoso, ao segundo o estilo clássico.

O estilo engenhoso, tal como já aparece no Cancioneiro Geral, manifesta-se sobretudo nas composições constituídas por mote e voltas. O poeta tinha que desenvolver um mote dado, e era na interpretação das palavras desse mote que revelava a sua subtileza e imaginação, exactamente como os pregadores medievais o faziam ao desenvolver a frase bíblica que servia de tema ao sermão. No desenvolvimento do mote havia uma preocupação de pseudo-rigor verbal, de exactidão vocabular, de modo que os engenhosos paradoxos e os entendimentos fantasistas das palavras parecessem sair de uma espécie de operação lógica.

As obras dele foram divididas em líricas e amorosas. Um exemplo das obras líricas foi Os Lusíadas, dividido em 10 cantos, exalta a conquista de Portugal na rota das índias.
Obras
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* 1572- Os Lusíadas

Lírica

* 1595 - Amor é fogo que arde sem se ver
* 1595 - Eu cantarei o amor tão docemente
* 1595 - Verdes são os campos
* 1595 - Que me quereis, perpétuas saudades?
* 1595 - Sobolos rios que vão
* 1595 - Transforma-se o amador na cousa amada
* 1595 - Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades
* 1595 - Quem diz que Amor é falso ou enganoso
* 1595 - Sete anos de pastor Jacob servia
* 1595 - Alma minha gentil, que te partiste

Teatro

* 1587 - El-Rei Seleuco
* 1587 - Auto de Filodemo
* 1587 - Anfitriões

Outras

* 1572 - A Morte de D. Inês (eBook) (encontra-se esse episódio nos Lusíadas).

Bibliografia

* "Os Lusíadas". Catálogo da Exposição Bibl., iconogr. e medalhística de Camões. Intr., sel. e notas de José V. de Pina Martins. Lisboa, 1972;
* Col. Camoniana de José do Canto. Lisboa, 1972.

Bibliografia activa

* Os Lusiadas de Luis de Camões. Lisboa. Em casa de Antonio Gõçalvez impressor. 1572 Edição princeps. Com uma edição falsa ( pelo menos, segundo Inocêncio Francisco da Silva houve algumas mais), com a mesma data, "egual em rosto, formato, número de folhas, etc.(...) e pelo mesmo impressor. Os exemplares d'esta, havida por segunda parecendo à primeira vista conformes e identicos aos da edição princeps, distinguem-se d'elles todavia por diferenças bem sensíveis (...). Bastará indicar a confrontação dos dous ultimos versos da oitava primeira do canto I, que na edição princeps são escriptos como se segue :

"Entre gente remota edificaram

"Novo Reino, que tanto sublimaram;"

E na chamada segunda lêem-se pela fórma seguinte :

"E entre gente remota edificarão

"Novo Reino que tanto sublimarão."[1]"

Mas a indicacão mais rápida para distinguir essas duas versões dessa primeira edição encontra-se no rosto. Num deles o pelicano aí representado está tornado para a direita, no outro para a esquerda. Mas qual será o da edição "princeps ? A realidade foi de certo que, visto que visto que cada edição reclama de novo novas autorizações (da Inquisição), o editor preferiu utilisar este meio para publicar de novo um poema que têve logo muito sucesso. Assim ia mais rapidamente, e sem risco de não obter esta vez as ditas autorizações.

* Os Lusiadas de Luis de Camões, agora de novo impresso com alguas annotaçoens de diversos autores. Por Manoel de Lyra. Lisboa, 1584 Edição dos Piscos
* Primeira parte dos Autos e Comedias portuguezas, por Antonio Prestes e por Luis de Camoens, e por outros auctores portuguezes, cujos nomes vão no principio de suas obras. Por André Lobato, impressor de livros 1587 : primeira edição dos autos ou comédias de Camões : Filodemo (p. 14) e Amphitriões (p. 86).
* Os Lusiadas de Luis de Camoens. Agora de novo impressos com algumas annotaçoens de diversos autores. Por Manoel de Lyra. Lisboa, [[1591]
* Rythmas de Luis de Camoens, dirigidas em cinco partes. Dirigidas ao muito illustre senhor D. Gonçalo Coutinho. Em Lisboa. Por Manoel de Lyra. 1595. A custa de Estevão Lopes.
* Os Lusiadas de Luis de Camoens. Pelo original antigo agora novamento impressos. Em Lisboa. Por Manoel de Lyra.[[1597]
* Rimas de Luis de Camões, acrescentadas nesta segunda impressão. Dedicadas á inclyta Universidade de Coimbra. Lisboa. Por Pedro Craesbeck. 1599. A custa de Estevão Lopes.
* Rimas de Luis de Camões, acrescentadas nesta terceyra impressão. dedicadas a D. Gonçalo Coutinho. Em Lisboa. Por Pedro Craesbeck. 1607. A custa de Domingos Fernandes.
* Anfitriões. Pref. e notas de Vieira de Almeida. Lisboa, 1942;
* El-Rei Seleuco. Id. Ib., 1944;
* Obras completas. Com prefácio e notas de Hernâni Cidade. Lisboa, 1946-1947;
* Obra completa. Org., intr., com. e anotações de A. Salgado Júnior. R. de Janeiro, 1963;
* Os Lusíadas. Leitura, prefácio e notas de Álvaro J. da Costa Pimpão. Lisboa, 1992;
* Rimas. Texto estabelecido e prefaciado por Álvaro J. da Costa Pimpão. Coimbra, 1994;
* Os Lusíadas. Edição comentada e anotada por Henrique Barrilaro Ruas. Lisboa, Editora Rei dos Livros, 2002.

Bibliografia passiva

* Rebelo Gonçalves, Dissertações Camonianas. S. Paulo, 1937;
* António Salgado Júnior, Os Lusíadas e a viagem do Gama. O tratamento mitológico de uma realidade histórica. Porto, 1939;
* B. Xavier Coutinho, Camões e as artes plásticas. Porto, 1946-1948;
* J. Vieira de Almeida, Le théâtre de Camões dans l'histoire du théâtre portugais. Lisboa, 1950;
* H. Cidade, L. de Camões. Os Autos e o teatro do seu tempo. As cartas e o seu conteúdo biográfico. Lisboa, 1956;
* Jorge de Sena, Uma canção de Camões. Lisboa, 1966; id., Os sonetos de Camões e o soneto quinhentista peninsular. Lisboa, 1969;
* Georges le Gentil, Camões. Lisboa, 1969;
* Roger Bismut, La Lyrique de Camões. Paris, 1970;
* Vítor M. de Aguiar e Silva, Maneirismo e Barroco na poesia lírica portuguesa. Coimbra, 1971;
* M.ª Isabel F. da Cruz, Novos subsídios para uma ed. crítica da Lírica de Camões. Porto, 1971;
* Visages de L. de Camões. Paris, 1972;
* António José Saraiva, Camões. Lisboa, 1972;
* XLVIII Curso de Férias da Faculdade de Letras de Coimbra. Ciclo de lições comemorativas do IV Cent. da publ. de "Os Lusíadas". Coimbra, 1972;
* Luciano Pereira da Silva, A Astronomia de "Os Lusíadas". Lisboa, 1972;
* Ocidente (n.º especial). Nov. 1972;
* Garcia de Orta (n.º especial). Lisboa, 1972;
* Cleonice Berardinelli, Estudos Camonianos. R. de Janeiro, 1973; Estudos Camonianos. R. de Janeiro, 1974;
* João Mendes, Lit. Portuguesa I. Lisboa, 1974;
* E. Asensio, Sobre El Rey Seleuco de Camões, em Estudios Portugueses. Paris, 1974;
* Roger Bismut, Les Lusiades de Camões, confession d'un poète. Paris, 1974;
* Vítor M. de Aguiar e Silva, Notas ao cânone da Lírica camoniana. Coimbra, 1968 e 1975;
* Gilberto Mendonça Teles, Camões e a poesia brasileira. R. de Janeiro,1979;
* José Maria Rodrigues, Fontes dos Lusíadas. Lisboa, 1979;
* Quaderni Portoghesi, 6. Pisa, 1979;
* Studi Camoniani. L'Aquila, 1980;
* Homenaje a Camoens. Estudios y ensayos hispano-portugueses. Granada, 1980;
* Brotéria, vols. 110 e 111;
* Luís F. Rebelo, Variações sobre o teatro de Camões. Lisboa, 1980;
* A. Costa Ramalho, Estudos Camonianos. 2Lisboa, 1980;
* A. Pinto de Castro (et al.), Quatro orações camonianas. Lisboa, 1980;
* Eduardo Lourenço, Poesia e Metafísica. Lisboa, 1980;
* Hélder de Macedo, Camões e a viagem iniciática. Lisboa, 1980;
* Jorge de Sena, A estrutura de "Os Lusíadas" e outros estudos camonianos e de poesia peninsular do século XVI. Lisboa, 1980; id.,30 Anos de Camões. Lisboa, 1980;
* Cleonice Berardinelli, Os sonetos de Camões. Paris, 1980;
* Jorge Borges de Macedo, "Os Lusíadas e a História. Lisboa, 1980;
* J. G. Herculano de Carvalho, Contribuição de "Os Lusíadas" para a renovação da língua portuguesa. Coimbra, 1980;
* Vasco Graça Moura, L. de Camões: alguns desafios. Lisboa, 1980;
* José Hermano Saraiva, Vida Ignorada de Camões. Lisboa, 1980.
* W. Storck, Vida e obras de L. de Camões. Lisboa, 1980;
* Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, 1980-1981;
* M.ª Vitalina Leal de Matos, Introdução à poesia de L. de Camões. Lisboa, 1980; id., O canto na poesia épica e lírica de Camões. Paris, 1981;
* M.ª Clara Pereira da Costa, O enquadramento social da Família de Camões na Lisboa do século XVI. Lisboa, 1981;
* José Pedro Machado, Notas Camonianas. Lisboa, 1981;
* J. Filgueira Valverde, Camões. Coimbra, 1981; Cuatro lecciones sobre Camoens. Madrid, 1981;
* A. Pinto de Castro, Camões, poeta pelo mundo em pedaços repartido. Lisboa, 1981;
* A Viagem de "Os Lusíadas": símbolo e mito. Lisboa, 1981;
* E. Asensio e J. V. de Pina Martins, L. de Camões. El Humanismo en su obra poética. Los Lusíadas y las Rimas en la poesía española. Paris, 1982;
* M.ª Lucília G. Pires, A crítica camoniana no século XVII. Lisboa, 1982;
* J. de Sena, Estudos sobre o vocabulário de "Os Lusíadas". Lisboa, 1982;
* Jacinto do Prado Coelho, Camões e Pessoa, poetas da utopia. Lisboa, 1983;
* H. Cidade, L. de Camões. I. O Lírico. Lisboa, 1985; id., L. de Camões. II. O Épico. Lisboa, 1985;
* Camoniana Californiana. St.ª Bárbara, 1985;
* Vasco Graça Moura, Camões e a divina proporção. Lisboa, 1985; id., Os penhascos e a serpente. Lisboa, 1987;
* Fidelino de Figueiredo, A épica portuguesa do século XVI. Lisboa, 1987;
* Martim de Albuquerque, A expressão do Poder em L. de Camões. Lisboa, 1988;
* J. A. Cardoso Bernardes, O Bucolismo português. Coimbra, 1988;
* M.ª Helena Ribeiro da Cunha, A dialéctica do desejo na Lírica de Camões. Lisboa, 1989;
* A. Costa Ramalho, Camões no seu e no nosso tempo. Coimbra, 1992;
* Actas das Reuniões Internacionais de Camonistas: I (Lisboa, 1973); III (Coimbra, 1987); IV (Ponta Delgada, 1984) e V (S. Paulo, 1992);
* Revista Camoniana (S. Paulo, 10 vols publ. desde 1964).
* Grande enciclopédia do conhecimento
* Diccionario bibliographico portuguez, estudos de Innocencio Francisco da Silva, applicaveis a Portugal e ao Brasil. Lisboa, 1860. Reimpressão : Imprensa nacional - Casa da moeda 1998

Notas

1. ↑ 'Diccionario bibliographico portuguez, estudos de Innocencio Francisco da Silva

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E memória virtual fraca
Meus arquivos tem se perdido
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A vida se perde em cliques
Ou se ganha?
A realidade é o que importa
dizem os céticos

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A realidade as vezes é virtual

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