terça-feira, 31 de julho de 2012

Sequência de músicas : aos amigos (da onça)

São músicas de contexto amoroso em geral, mas que dizem exatamente aquilo que penso sobre esses momentos falados no último post:

http://www.youtube.com/watch?v=kTS64qgHuIo&feature=relmfu

http://www.youtube.com/watch?v=2W3wOM4ub5c&list=FLR26Bi0Hf87r8sRwsZ_yXjA&index=22&feature=plpp_video

http://www.youtube.com/watch?v=SasYziuvwvc

Prometo que a próxima postagem quebrará o mau clima por aqui...
=)

Amigos (da onça)

Momentos eu vivi
Amigos eu perdi
E ainda sigo enfim
Sorrindo...

Tenho meus 24 anos bem vividos, sem arrependimentos, lamentos, sem amores não vividos, sem experiências não vividas caso desejadas. Ainda tenho muita trilha pelo meu caminho. Meus sonhos estão sempre um pouco mais perto do que ontem estiveram. E por isso consigo dormir à noite, apesar de minha insônia me cutucar e me deixar de pé por mais um tempo.

Pensei em escrever um poema emocionante épico e metrificado sobre a emocionante aventura de ter amigos e...o futuro de todas as amizades. Mas resolvi escrever uma crônica narrativa. E se isso não existir eu acabei de inventar. Pois bem aí vai ela:

Amigos (da onça)

    Caros e caras, eu sempre fui o tipo de pessoa introspectiva. A nerd gordinha até os 14 anos de idade, que chorou quando cantaram o com quem será em seus 7 aninhos e preferia a companhia das plantas, animais e livros do que a companhia de pessoas. Bom isso não mudou muito, estou planejando o nascimento dos meus filhos bichos quando eu me mudar de casa, fiquei ainda mais amiga das plantinhas quando me tornei vegetariana aos 10 anos de idade. E os livros e suas palavras ainda são a minha melhor companhia.
    Mas existe uma ligeira diferença entre ser introspectiva e preferir a natureza e o conhecimento às pessoas e não querer fazer amigos. Eu quis, por muito tempo, tentei arduamente por longos 13 anos de minha vida. Nesse período exceto os meus primos e os colegas que conversavam comigo por caridade eu não consegui praticamente nenhum amigo. Aliás eu tinha sim um amigo, o Cassiano, mas bem, 1 amigo em 13 anos não é motivo de glória para nenhuma criança.
   E o que aconteceu nesse aniversário de 13 anos para eu consegui fazer "amigos"? Eu emagreci 14 quilos e virei a mais nova Lolita da escola. Aproveitei o momento de glória para me tornar a líder rebelde da turma, e namorar os caras mais top's da escola que no caso estava no primeiro e terceiro ano, e eu tinha só 14 anos. Nesse período tive todos os indícios de como funcionavam as relações humanas, mas não escutei.
  Depois saindo da oitava série e mudando para o terceiro ano, continuava popular fiz até um curso de modelo, mas essa época várias tormentas começaram a aparecer na minha vida e eu me voltei ao meu lado de origem, em busca de novas amizades. O grupo nerd de Lavras, jogando RPG, e indo nas baladinhas no FDS eu vivia quase uma personalidade dúbia pelos contrastes, mas sendo eu autêntica e não me importava em parecer contrastiva. Nessa época fiz alguns grandes amigos. Mas ainda não conseguia perceber as características da amizade masculina.
   Um pouco mais tarde ainda na fase de tormenta eu conheci provavelmente a melhor amiga que tive na vida(infelizmente o tempo nos separou mais tarde), a Erica. Conheci a Erica e começei a praticar MTB, foi provavelmente uma das épocas mais felizes da minha vida. Ainda curtia as baladinhas com minhas amigas patricinhas de tacar pedra, jogava RPG e videogame com o meu grande grupo de amigos nerds e andava de bike com os meus amigos de MTB.
   Acontece que uma nova época chegava, eu ia fazer 18 anos no ano seguinte e sabia que se vivesse mais algum tempo em Lavras por causa das tormentas que não vou comentar nessa postagem acabaria me matando, mesmo que fosse morte em vida. E eu seria somente mais uma pessoa vegetando em Lavras, portanto me portei dignamente com meus objetivos e fui em frente. Estudei para ir morar em Brasília a federal mais longe de Minas o possível, numa cidade conhecida(por sempre ir passar as férias).
   E eu mudei para Brasília, mal sabia eu que metade das pessoas que eu chamava de amigos já tinham tomado a decisão de me abandonar e me deixar às traças, porque não era possível ser amigo distante na cova rasa deles. Cheguei, e não passei no vestibular, chorei e sabendo que metade da galera já tinha me deixado chorei mais. Mas por vários motivos acabei entrando no curso de jornalismo e logo depois num estágio. Fiz mais amigos na faculdade, e fiquei fascinada com a vida universitária. Nessa época bebi muito, mas também fiz alguns amigos para a vida, são eles Luana e Renan.
  Para o segundo semestre eu fiz um novo vestibular sem a mínima intenção de passar, mas eu passei, não relembrei a matéria, não estudei nada e ainda assim passei. Não sabia se eu ficava feliz ou triste. E entrando na UNB tentei fazer amigos como os que eu tinha feito no curso de jornalismo, infelizmente encontrei um bando de gente esnobe que não quis estabelecer contato com estranhos. Tudo bem eu ainda tinha meus amigos de jornalismo e os amigos de Lavras, ao menos era assim que eu esperava que as coisas fossem.
  Tempo vai tempo vem, eu começo a namorar, termino e faço uma merda em público com a galera de jornalismo, todos viram as costas no exato momento em que mais precisei. Talvez fosse bom levar em consideração que eu tinha feito merda, mas foi aí que eu percebi mais covas rasas, em que a amizade s
o chegava a um nível, mais do que isso não existia. Algum tempo depois eu vou em Lavras e resolvo ficar com um amigo, e para minha surpresa o que acontece? Mais metade dos amigos que tinham sobrado viram as costas, mostrando que a única coisa que existia era atração. E que sem a base da atração a amizade não poderia seguir. Eu considerei isso ok, já que eu ainda tinha outros amigos, mas foi aí que fui percebendo que  todos os meus amigos homens só queriam uma coisa, um relacionamento extra amizade. Resultado, foi o fim de mais 30 % da metade da metade que tinha sobrado. O que seria mais ou menos 78% dos antigos amigos e 90% dos novos amigos. Resultado sobrou uma dúzia de amigos meus ao todo.
   E mal sabia eu que essa dúzia iria se dissolver algum dia. Novela mexicana pra cá, novela mexicana pra cá eu fui ficando maluca com mais tubulações que aconteceram nesses últimos anos, E alguns eventos me mostraram a realidade, primeiro evento: começo a namorar sério (de 12 sobram 6), segundo evento fico pobre e mais gordinha (dos 6 sobram 3), terceiro evento preciso de apoio emocional (de 3 sobram 0).        Exceto alguns amigos que realmente não poderiam ajudar como ex namorados, pessoas realmente ocupadas e amigos que se tornaram distante até o ponto de perder o contato todos me deram as costas e jogaram pedras.
   E o que aprendi com isso? Que amizade até existe, mas é uma coisa rasa, é maravilhoso ter boas lembranças com pessoas queridas. Mas uma hora ou outra toda amizade acaba tendo um fim.

Retorno

    A moça andava em seu riso mudo e delicado enquanto era observada. Nada fora do comum, pra quem sempre fora seguida por olhos atentos e segundas intenções, mas isso não importava a ela. E quando ela via alguém encará-la de frente tentava ocultar a delicadeza exposta.
   Ela pensava em sua silenciosa solidão que nunca deixou de acompanhá-la. Depois que perdera todo o afeto a que lhe era destinado por situações que não diziam respeito a ela, ela seguia mais uma vez, com aquele brilho introspectivo e vitorioso. Ela sabe do que está escrito no livro de seus passos, ele segue o seu manual e continua no trilho que lhe é destinado. Não perde uma página sequer mas às vezes para no meio de um passo e fica ali, segurando a ventania externa que tenta extinguir a existência de seu destino. E depois de parar ela segue. Um passo á frente, sempre, as vezes mais passos do que o enredo lhe pede, mas seu futuro só tem uma direção, à frente.
  Dessas paradas repentinas a última foi a pior de todas. Sua mãe que mais queria o sangue do seu pescoço do que o seu bem levou a moça à loucura e ela só conseguiu retornar alguns anos depois. Música, movimento, arte, talento, tudo congelado. O peso da moça aumentou com tudo isso sendo congelado e tendo que ser vivido no íntimo dela ela digeria e aumentava a sua necessidade de escrever, cantar e se movimentar dentro de si. E a sociedade que não se preocupa nem em ver o interior de seus eletrodomésticos convencionais não viu a moça brilhando. Quem só consegue ver o exterior teve uma ligeira impressão que ela decaía. Mas o que é verdadeiro nunca morre,  e ela apesar de congelada ardia em tons de vermelho dentro de si.
   A moça já tinha encontrado seu destino, sua trilha artística, suas palavras, faltava uma coisa, o motivo de seu incêndio. O ingrediente de sua vida que faltava era ele. Aquele que com sua persistência e ardor quis tomá-la e acordá-la de sua cova fria, aquele que quis para si a presença e o fogo dela. E a machucou até ela perceber que o fogo que derretia sua pele não doía mas trazia ela de volta à vida.
  Então a moça segue seu destino, com o acolhimento do fogo eterno e a solidão do seu interior. Do seu lado um rei, em seu caminho o tapete real, e em seu coração o incêndio que vai acompanhá-la para todo o sempre. Música, movimento e ouro retornam aos seus lugares. E a moça retorna ao seu posto, Carmem, Mary Poppins, Bela, Sofia, Lúcia, Lucy Nyu, Khaleesi, as mesmas personagens em histórias diferentes, em focos diferentes, a moça. E quem mais seria? Nenhuma farsa, só a moça A personagem.