domingo, 24 de outubro de 2010

Brasileiro

- Brasileiro é um povo solidário. Mentira.
Brasileiro é babaca.Eleger para o cargo mais importante do Estado um sujeito que não tem escolaridade e preparo nem para ser gari, só porque tem uma história de vida sofrida;Pagar 40% de sua renda em tributos e ainda dar esmola para pobre na rua ao invés de cobrar do governo uma solução para pobreza;Aceitar que ONG's de direitos humanos fiquem dando pitaco na forma como tratamos nossa criminalidade. ..Não protestar cada vez que o governo compra colchões para presidiários quequeimaram os deles de propósito, não é coisa de gente solidária.É coisa de gente otária.-
Brasileiro é um povo alegre. Mentira.
Brasileiro é bobalhão.Fazer piadinha com as imundices que acompanhamos todo dia é o mesmo que tomar bofetada na cara e dar risada.Depois de um massacre que durou quatro dias em São Paulo, ouvir o José Simão fazer piadinha a respeito e achar graça, é o mesmo que contar piada noenterro do pai.Brasileiro tem um sério problema.Quando surge um escândalo, ao invés de protestar e tomar providências como cidadão, ri feito bobo.-
Brasileiro é um povo trabalhador. Mentira.
Brasileiro é vagabundo por excelência.O brasileiro tenta se enganar, fingindo que os políticos que ocupam cargos públicos no país, surgiram de Marte e pousaram em seus cargos, quando na verdade, são oriundos do povo.O brasileiro, ao mesmo tempo em que fica indignado ao ver um deputado receber 20 mil por mês, para trabalhar 3 dias e coçar o saco o resto da semana, também sente inveja e sabe lá no fundo que se estivesse no lugardele faria o mesmo.Um povo que se conforma em receber uma esmola do governo de 90 reais mensaispara não fazer nada e não aproveita isso para alavancar sua vida (realidade da brutal maioria dos beneficiários do bolsa família) não pode seradjetivado de outra coisa que não de vagabundo.-
Brasileiro é um povo honesto. Mentira.
Já foi; hoje é uma qualidade em baixa.Se você oferecer 50 Euros a um policial europeu para ele não te autuar,provavelmente irá preso.Não por medo de ser pego, mas porque ele sabe ser errado aceitar propinas.O brasileiro, ao mesmo tempo em que fica indignado com o mensalão, pensa intimamente o que faria se arrumasse uma boquinha dessas, quando na realidade isso sequer deveria passar por sua cabeça.-
90% de quem vive na favela é gente honesta e trabalhadora. Mentira..
Já foi.Historicamente, as favelas se iniciaram nos morros cariocas quando os negros e mulatos retornando da Guerra do Paraguai ali se instalaram.Naquela época quem morava lá era gente honesta, que não tinha outra alternativa e não concordava com o crime.Hoje a realidade é diferente.Muito pai de família sonha que o filho seja aceito como 'aviãozinho' do tráfico para ganhar uma grana legal.Se a maioria da favela fosse honesta, já teriam existido condições de setocar os bandidos de lá para fora, porque podem matar 2 ou 3 mas nãomilhares de pessoas.Além disso, cooperariam com a polícia na identificação de criminosos,inibindo-os de montar suas bases de operação nas favelas.-
O Brasil é um pais democrático.. Mentira.
Num país democrático a vontade da maioria é Lei.A maioria do povo acha que bandido bom é bandido morto, mas sucumbe a uma minoria barulhenta que se apressa em dizer que um bandido que foi morto numa troca de tiros, foi executado friamente.Num país onde todos têm direitos mas ninguém tem obrigações, não existedemocracia e sim, anarquia.Num país em que a maioria sucumbe bovinamente ante uma minoria barulhenta,não existe democracia, mas um simulacro hipócrita.Se tirarmos o pano do politicamente correto, veremos que vivemos numasociedade feudal: um rei que detém o poder central (presidente e suas MPs),seguido de duques, condes, arquiduques e senhores feudais (ministros,senadores, deputados, prefeitos, vereadores).Todos sustentados pelo povo que paga tributos que têm como único fim, opagamento dos privilégios do poder. E ainda somos obrigados a votar.Democracia isso? Pense !O famoso jeitinho brasileiro.Na minha opinião, um dos maiores responsáveis pelo caos que se tornou apolítica brasileira.Brasileiro se acha malandro, muito esperto.Faz um 'gato' puxando a TV a cabo do vizinho e acha que está botando praquebrar.No outro dia o caixa da padaria erra no troco e devolve 6 reais a mais,caramba, silenciosamente ele sai de lá com a felicidade de ter ganhado naloto.... malandrões, esquecem que pagam a maior taxa de juros do planeta e oretorno é zero. Zero saúde, zero emprego, zero educação, mas e daí?Afinal somos penta campeões do mundo né?? ?Grande coisa...
O Brasil é o país do futuro. Caramba , meu avô dizia isso em 1950. Muitas vezes cheguei a imaginar em como seria a indignação e revolta dos meus avôsse ainda estivessem vivos.Dessa vergonha eles se safaram...Brasil, o país do futuro !?Hoje o futuro chegou e tivemos uma das piores taxas de crescimento do mundo.Deus é brasileiro.Puxa, essa eu não vou nem comentar...O que me deixa mais triste e inconformado é ver todos os dias nos jornais amanchete da vitória do governo mais sujo já visto em toda a históriabrasileira.
Para finalizar tiro minha conclusão:O brasileiro merece! Como diz o ditado popular, é igual mulher de malandro,gosta de apanhar. Se você não é como o exemplo de brasileiro citado, meus sentimentos amigo, continue fazendo sua parte, e que um diapessoas de bem assumam o controle do país novamente.Aí sim, teremos todas as chances de ser a maior potência do planeta.Afinal aqui não tem terremoto, tsunami nem furacão.Temos petróleo, álcool, bio-diesel, e sem dúvida nenhuma o mais importante:Água doce!Só falta boa vontade, será que é tão difícil assim?

Arnaldo Jabor

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Chama de gelo

Meu veneno preferido é o prazer 
De uma noite bem aproveitada 
Com liberdade e chamas de gelo 
Que nos incendeiam e congelam 

O futuro também se pausa 
No momento congelado 
E a pressão e forca p sair do gelo 
Se torna um obstáculo no peito 

Quem consegue quebrar a muralha 
Cura as mágoas e traz a luz 
Quem se prende em geleiras eternas 
Morre aos poucos e gélidamente 

Prendi até o diabo nesse lago gelado 
Será que ele conseguirá sair um dia? 
E você meu caro que encanta em notas? 
Também resolveu morrer congelado?

Miragem

Essa é uma pequena música que eu fiz, e eu vou registras a letra aqui pq c a letra eu lembro da melodia, mas preciso regisstrar em algum lugar...rsrsrs

Sabe a serra quem a caminhou
Sabe o rio quem ali se banhou

Tudo é passagem
Tudo é miragem
E o reflexo
Já se apagou

Todos correm sem nunca chegar
O pulso vibra sem arrebentar

Tudo é passagem
Tudo é miragem
E o reflexo
Já se apagou

Tudo é passagem
Tudo é miragem
E o reflexo
Já se apagou

Tudo é passagem
Tudo é miragem
E o reflexo
Já se apagou



A lua Titã de Saturno possui reservas de hidrocarbonetos superiores a todas as de petróleo e gás natural conhecidas na Terra, segundo observações realizadas pela sonda Cassini, informcou hoje o Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da Nasa.
Segundo cientistas do Laboratório de Físicas Aplicadas da Universidade de Johns Hopkins, esses hidrocarbonetos caem do céu e formam grandes depósitos em forma de lagos e dunas.

"Titã esta coberta por material que contém carbono. É uma gigantesca fábrica de materiais orgânicos", manifestou Ralph Lorenz, membro da equipe de cientistas que controla as operações do radar da Cassini no laboratório. "Estas enormes jazidas de carbono são uma importante janela para a geologia e a história meteorológica da lua Titã", acrescentou.

A temperatura média em Titã é de -179ºC e, em vez de água, sua superfície está coberta por hidrocarbonetos na forma de metano e etano. Até agora, a Cassini realizou uma prospecção de 20% da superfície da lua Titã, e foram observados centenas de lagos e mares.

Segundo a Nasa, cada uma das várias dúzias desses corpos "líquidos" contém mais hidrocarbonetos que todas as reservas de gás e petróleo conhecidas na Terra. Além disso, suas dunas contêm um volume de materiais orgânicos centenas de vezes maior que as reservas de carvão da Terra.

"Estes cálculos se baseiam nas observações dos lagos das regiões polares setentrionais. Acreditamos que no sul podem ser similares", assinalou Lorenz. A missão da Cassini é um projeto conjunto da Nasa, a Agência Espacial Européia e a Agência Espacial Italiana.


Foto:Concepção artística da Nasa mostra como seriam as reservas de hidrocarbonetos na lua Titã

Fonte:Site Terra

Lua de Saturno pode ter formas de vida

A vida tem todas as condições para existir no oceano de água salgada que provavelmente existe debaixo da calote de gelo do pólo sul da sexta maior lua de Saturno, Enceladus, segundo um estudo publicado hoje na revista britânica "Nature ".

Os cientistas Nikolai Brillianton, da Universidade de Leicester (Reino Unido) e Juergen Schmidt, da Universidade de Potsdam (Alemanha), defendem que uma coluna de gases, vapor de água e partículas de gelo que é expelida de forma violenta do satélite de Saturno, tem origem num oceano subterrâneo de água salgada, porque detectaram sais de sódio no material recolhido pela sonda espacial Cassini em 2005.

John Spencer, cientista da missão da Cassini, que continua em órbita à volta de Saturno, reconheceu, em declarações à BBC que "estão presentes em Enceladus os três principais ingredientes necessários à vida: os elementos químicos básicos, uma fonte de energia e agora água". Em Abril de 2006, um dos principais cientistas desta missão, Bob Brown, já admitira o mesmo, ao afirmar numa conferência em Viena, Áustria, que Enceladus "deverá possui moléculas orgânicas simples, água e calor, os ingredientes da vida".

No Sistema Solar, na órbita de Júpiter, as luas Europa e Ganimedes também terão oceanos de água em estado líquido debaixo das suas calotes geladas, embora a vários quilómetros de profundidade. Em contrapartida, o oceano de Enceladus estará a poucos metros da superfície deste satélite, que tem um diâmetro de 505 km, isto é, 1/7 do diâmetro da nossa Lua.

Em todo o caso, a "Nature" publica também outro estudo da Universidade do Colorado, EUA, que não encontrou quaisquer sinais de sódio nas erupções tipo géiser de Enceladus, onde os jactos de vapor de água e partículas podem atingir mais de cem metros de altura.
Descoberto novo anel de Saturno

Entretanto, cientistas da NASA descobriram através do telescópio espacial Spitzer o maior anel de Saturno, que não é visível da Terra. O gigantesco anel está cerca de 50 vezes mais distante do planeta gasoso do que os outros anéis e tem uma órbita num plano diferente, sendo provavelmente constituído por fragmentos de uma das luas de Saturno, Phoebe, resultantes de impactos de cometas e asteróides na sua superfície ao longo da sua história geológica.

O anel de gelo e poeiras mais visível de Saturno é o anel E, constituído pelas partículas das erupções de Enceladus que conseguem escapar à gravidade deste pequeno satélite. O vasto sistema de anéis de Saturno tem inclusive, uma atmosfera própria constituída principalmente por oxigénio molecular (O2), que foi descoberta pela sonda Cassini em 2005.

A atmosfera está totalmente separada da atmosfera de Saturno e é semelhante às de Europa e Ganimedes, duas das quatro grandes luas do maior planeta gasoso do Sistema Solar, Júpiter.

domingo, 17 de outubro de 2010

esperar...

Eis que mais uma vez o sol desponta na minha janela, esperando que eu corra atrás da luz dele, que me encanta e aquece, mas não tem como tirar as grades que me separam dele. E tudo volta de novo ao mesmo jogo de sempre.

Quem me dera ter a liberdade de ultrapassar fatos da vida como se ultrapassam pedras no caminho. Enfim consogo me desvencilhar das grades, mas o que me resta? O mundo ainda está parado e rodando no mesmo lugar, em redemoinhos de vento e idéias, de acontecimentos, e tudo girando girando como um grande e interminável furacão que só e somente apareceu pra desestruturar todas as possíveis bases que antes estavam sendo formadas.

Não me desculpo por sentir, não me perdoo pelo fato de ser humana e sentir essa vontade imensa...Por que eu? Óbviamente que há muito mais pessoas enroladas nesse meio do que imagino, pessoas que talvez nem imaginem como apareceram ali, naquela casa do dia seguinte, e que se lembram talvez da imensa euforia ao sentir seus pés fora do chão naquele milésimo de segundo que descobriram sua ausência e desde então desapareceram de suas próprias vidas e vivem numa realidade etérea (apesar de a maioria dos conhecidos destes afirmarem estarem presentes com eles durante o dia).

Mas enfim estou onde afinal de contas? Porque assim como sou uma dessas pessoas que~foi jogada em outros mares por tormentas de sensacões, eu não sei bem se me encontro no oceano pacífico, no índico, na puta que te pariu...Sim, não tenho a mínima idéia de onde me encontro agora, eu sei que estou acorrentada ainda, e meio que não consigo quebrar as correntes que me prendem os pés e me mantém girando mais ou menos localizada na mesma região, apesar de me distanciar vez ou outra.

Fato, sou mais livre que pensava, outro fato? Estou mais presa do que pensava também...E o que fazer? Quando se sai do chão contra a sua vontade, e vc simplesmente não consegue mais firmar os pés no chão afinal de contas, nunca se sabe se vai cair em alto mar e ficar boiando, ou vai cair numa cidade grande, uma selva quem sabe? Ou seja o indivíduo fica ali planando, e esperando o momento de pousar num misto de sensacão entre felicidade e ansieddade. E pode ficar suspenso por horas e até meses, anos as vezes, dependendo do caso. É meu caro o caso é mais sério do que se imaginava.

E o que fazer?
Esperar...esperar...esperar...esperar...esperar...

Só esperando p saber...

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Regina Spektor - Biografia

Regina Spektor, ou Регина Спектор, no alfabeto cirílico (Moscou, 18 de Fevereiro de 1980), é uma cantora, compositora e pianista russa radicada nos Estados Unidos. Sua música é associada ao cenário antifolk de Nova Iorque localizado no East Village.

Primeiros anos
Regina Spektor nasceu em Moscou, ainda na extinta União Soviética, numa família de músicos: seu pai, um fotógrafo, era também um violinista amador, e sua mãe era uma professora de música da Universidade de Música Russa (agora ela leciona em uma escola pública em Mount Vernon, Nova Iorque)

Regina aprendeu a tocar piano praticando em um "Petrof" que sua mãe havia recebido de seu avô. Ela também conviveu com a música de bandas de rock como The Beatles, Queen, e The Moody Blues graças a seu pai, que trouxe cassetes da União Soviética. A família deixou o país em 1989, quando Regina tinha nove anos, durante o período da Perestroika, quando era permitido que os cidadãos judeus emigrassem. Nessa ocasião, Regina teve que deixar seu piano para trás. A importância dos estudos de piano fez com que seus pais pensassem duas vezes antes de sair do país, mas por razões políticas e religiosas decidiram fazê-lo.

Viajando primeiro para a Áustria e depois para a Itália, sua família se estabeleceu no Bronx, em Nova Iorque, onde Regina se formou na SAR Academy, uma escola yeshiva de médio porte. Ela então, cursou dois anos na Frisch School e outros dois na Fair Lawn High School, onde terminou seus estudos.

Regina no começo se interessava apenas por música clássica, mas depois passou a se interessar também por hip hop, rock, e punk.

Em Nova Iorque, Regina estudou piano clássico com Sonia Vargas, um professora da Escola de Música de Manhattan.Onde foi declarada superdotada, Regina estudou com Vargas—a qual seu pai conheceu por meio do violinista Samuel Marder, marido de Vargas—até fazer 17 anos. Apesar de sua família não ter podido trazer seu piano da Rússia, Regina achou um piano no porão de sua Sinagoga, e também praticava em cima da mesa e outras superfícies.

Originalmente, Regina se interessava apenas em música clássica, porém, mais tarde se interessou também por hip hop, rock e punk. Regina sempre fazia músicas em casa, mas passou a se interessar por um estilo mais formal de compor suas músicas durante sua visita a Israel pelo Instituto Nesiya na adolescência, quando atraiu a atenção de outras crianças na viagem devido às músicas que fez enquanto estava caminhando. Foi então que ela se deu conta de que tinha aptidão para compor músicas.

Depois dessa viagem ela viu o trabalho de Joni Mitchell, Ani DiFranco, e outros cantores-compositores, que encorajaram sua crença de que poderia fazer suas próprias músicas. Ela escreveu sua primeiras músicas A Cappella por volta dos dezesseis anos, e suas primeiras músicas com voz e piano com quase dezoito.

Regina completou o programa de Composição de Estúdio de quatro anos do Conservatório de Música no Colégio Purchase em apenas três anos, recebendo as honras em 2001. Nessa mesma época, ela trabalhou por pouco tempo numa fazenda de borboletas em Luck, Wisconsin, e estudou em Tottenham, Inglaterra por um semestre.

Ela gradualmente ganhou reconhecimento através de suas performances no cenário do Antifolk na cidade de Nova Iorque, mais especificamente no East Village's Sidewalk Cafe, e também no Living Room, Tonic, Fez, o Knitting Factory, e a Galeria CB. Ela vendeu cd's produzidos independentemente em suas performances durante esse período:11:11 (2001) e Songs (2002).

Regina disse que já criou mais de 700 músicas, mas raramente as escreve. Ela também nunca aspirou a escrever as músicas por si mesma, mas as músicas parecem apenas fluir por ela. Sua músicas normalmente não são autobiográficas, mas sim baseadas em cenários e personagens criados em sua imaginação. Suas músicas mostram infuências que incluem folk, punk, rock, judaica, russa, hip hop, jazz, e música clássica. Seu estilo faz comparação a Tori Amos and Fiona Apple, e o estilo vocal de Björk. Regina diz que ela trabalha duro para assegurar que cada música tenha um estilo musical próprio, ao mesmo tempo em que tenta desenvolver um estilo distinto para sua música como um todo.

Regina possui um amplo alcance vocal e usa toda a extensão de sua voz. Ela também explora a variedade de diferentes e algo heterodoxas técnicas vocais, como versos contendo apenas barulhos e zunidos feitos por seus lábios, além de Beatbox usado no meio de suas músicas. Também faz uso de técnicas musicais muito pouco utilizadas, como baquetas, batendo em uma cadeira ou no próprio piano para fazer o ritmo. Parte de seu estilo resulta do exagero de certos aspectos de vocalização. Ela também usa um forte sotaque de Nova Iorque em algumas palavras, que, diz ela, é devido a seu amor por Nova Iorque e sua cultura.

Suas letras são igualmente elétricas, geralmente tomando forma de narrativas abstratas ou estudo de personagens em primeira pessoa, similar a estórias curtas ou vignettes. Regina geralmente canta em inglês, embora algumas vezes inclui palavras ou versos em latim, russo, francês e outras línguas em suas músicas. Algumas das letras de Regina Spektor incluem alusões à literatura, como F. Scott Fitzgerald e Ernest Hemingway em "Poor Little Rich Boy"; The Little Prince em "Baobabs", Virginia Woolf e Margaret Atwood em "Paris"; Ezra Pound e William Shakespeare em "Pound of Flesh"; Boris Pasternak em "Après Moi"; Sansão e Dalila em "Samson" e Oedipus o Rei em "Oedipus". Ela também usou um verso de "Califórnia" de Joni Mitchell em sua música "The Devil Came to Bethlehem". Os temas mais usados nas letras de Regina Spektor incluem amor, morte, religião (particularmente referências bíblicas e Judaicas), vida na cidade (particularmente referências a Nova Iorque), e certas palavras chave recorrem em várias músicas diferentes, como referências a Coveiros (originalmente Gravediggers), a "Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal" e o nome "Mary Ann". O uso de sátira é evidente em "Wasteside," que se refere ao clássico romance satírico dos autores soviéticos Ilf and Petrov, The Twelve Chairs, que descreve uma cidade em que cada pessoa nasceu, teve seu cabelo cortado, e foi então mandada para o cemitério.

Nos seus primeiros álbuns, muitas das faixas tiveram uma produção com voz excessivamente seca, pouca reflexão acústica ou atraso (delay) adicionado. Entretanto, nos discos mais recentes, boa parte das faixas, particularmente em Begin to Hope, têm maior ênfase na produção da música e contaram com instrumentos tradicionais do pop e rock. Regina disse que as gravações que mais a impactaram foram as de "bandas cuja música era realmente envolvida", especialmente falando de The Beatles, Bob Dylan, Billie Holiday, Radiohead, Tom Waits, e Frédéric Chopin como influências primárias.

Performances

O primeiro tour nacional foi acompanhando a banda The Strokes, abrindo seus shows no tour de 2003–2004 Room on Fire, ocasião em que ela e a banda gravaram a música "Modern Girls & Old Fashion Men". Kings of Leon também abria os shows do The Strokes, e eles convidaram Regina para abrir seus próprios shows em um tour na Europa logo em seguida. Em Junho de 2005, Regina abriu o show da banda inglesa Keane em sua tour norte americana do álbum Hopes and Fears, onde se apresentou no Radio City Music Hall no dia 7 de Junho de 2005. Em seu tour em 2006 do álbum Begin to Hope, Regina se apresentou em dois shows no Teatro Town Hall em Nova Iorque nos dias 27 e 28 Setembro.

Subseqüentemente, ela apareceu no Late Night with Conan O'Brien(duas vezes), The Tonight Show with Jay Leno (duas vezes), Jimmy Kimmel Live, Last Call with Carson Daly (cinco vezes), Late Show with David Letterman, CBS News Sunday Morning, Good Morning America e Rove Live na Australia. Desde janeiro de 2005, Regina se apresenta num Piano Baldwin Baby Grand vermelho brilhante. Ela também toca uma guitarra semi-acústica Wildkat da Epiphone.

Ainda que geralmente apresente apenas material próprio, Regina cantou seus primeiros covers em 2005, músicas de Leonard Cohen e Madonna para o 2º Festival Anual de Música e Herança Judaica na 92nd Street Y em Nova Iorque. Em 2006 e 2007, Regina embarcou num tour pelos Estados Unidos e Europa, lotando muitos clubes e teatros. Ela também fez um cover de John Lennon da música "Real Love" no Centro de Arte e Performance Purchase no Dia 28 de Março de 2007, um show beneficente para o conservatório de Música. Também em 2007, Regina gravou "Real Love" para o cd Instant Karma: The Amnesty International Campaign to Save Darfur, que foi lançado em junho do mesmo ano. Em 2007, a música On The Radio foi tema do casal Dona Vilma e Delegado Silva, no capítulo final de "Malhação 2007". Ela também gravou uma nova música para a trilha sonora do Filme "Crônicas de Nárnia: Prícipe Caspian" chamada "The Call" e em Agosto de 2008, Fidelity foi adicionada à trilha sonora da novela Global "A Favorita".

Discografia
Álbuns
Demo Cassette (1999) (Não Lançado)
11:11 (2001) (Independente)
Songs (2002) (Independente)
Soviet Kitsch (2003/2004) (Independente/Shoplifter/Sire)
Begin to Hope - Duplo (2006) (Sire)
Far (2009) (Sire)

EP's e singles

EP's
Live at Bull Moose EP (2005)
Live in California 2006 EP (2007)
Live from Soho EP (2009)

Singles
Carbon Monoxide (2006)
Us (13 de Fevereiro, 2006)
On The Radio, Pt1 (3 de Julho, 2006)
On The Radio, Pt2 (3 de Julho, 2006)
Fidelity (12 de Março, 2007)
Better (2007)
Laughing With (2009)
Eet (2009)

Compilações

Public Domain (2000)
Mary Ann Meets the Gravediggers and Other Short Stories (2006)
Instant Karma: The Amnesty International Campaign to Save Darfur (2007)
Alan Glazen: PBS producer, picks Regina best of 2007 (2007)
Malhação (Trilha Sonora) (2007)
The Chronicles of Narnia: Prince Caspian (Trilha Sonora) (2008)
A Favorita (Trilha Sonora) (2008)
500 Days of Summer (Trilha Sonora) (2009)

Participações

Com The Strokes: Modern Girls & Old Fashion Men - Single Reptilia (2004)
Com Sondre Lerche: Hell No - Trilha sonora de Dan In Real Life (2007)
Com Ben Folds: You Don't Know Me - Álbum Way to Normal (2008)
Com Joshua Bell: "Left Hand Song" (anteriormente conhecida como "A Lesson In How Fleeting Preservation Is") - Álbum At Home With Friend

domingo, 3 de outubro de 2010

Poema em linha reta - Fernando pessoa

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.


E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.


Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...


Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,


Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?


Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?


Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

Alvaro de Campos

Mestre Ambrósio

"Nos antigos rincões da mata virgem foi um sêmen plantado com meu nome e a raiz de tão dura ninguém come porque nela plantei a minha origem."

"Como posso saber de onde venho se a semente profunda não toquei?!".

Essas duas frases de trechos de músicas definem bem a proposta lúdica do grupo Mestre Ambrósio. O nome da banda é alusão ao próprio "Ambrósio", sendo ele uma figura que introduz outros personagens dentro da encenação (de dança e música) do Cavalo-Marinho. Essa variante do "Bumba-Meu-Boi" é antiga e predomina na região da Zona da Mata Pernambucana. Sérgio Veloso, de apelido Siba, nascido em Recife, resolveu após sua instrução na faculdade de música passar um tempo na Zona da Mata, especificamente na cidade de Nazaré da Mata, onde lá parece ter encontrado suas raízes e origens, trasmitindo essa indentidade recém encontrada para suas músicas.

O estilo do Mestre Ambrósio é bem regionalista, tendo grande influências do forró Pé-de-serra, Coco, Baião do Cavalo-Marinho, Ciranda e também do Maracatu rural. As letras em sua maioria falam da vida e dos costumes das cidades pequenas interioranas, passando sempre pelo folclore local. O uso de baixos e guitarras, deu um ar moderno as composições, diferenciando assim o estilo da banda, sem perder a sua identidade cabocla. Siba além de compositor e vocalista toca rabeca e viola, fazendo alguns arranjos também.

O primeiro cd data de 1996, tendo o nome "Mestre Ambrósio". A maioria das músicas consistem em forrós rabecados, ricos em percussão (zabumba, triângulo, tarol) e com linhas suaves de baixo. Siba vai narrando os causos da vida na mata, de forma poética e as vezes bem humorada. Fala de Vendas, Circos, Feiras, Usinas, figuras "peculiares" das cidades e até políticos. E assim o cheiro de mato, barro e querosene de candeeiro vão invadindo os nossos sentidos.

Em 1998 já com gravadora, lançam o album "Fuá na casa de Cabral". Apesar de conter algumas músicas do album anterior, ele é um pouco mais rico de estilos, saindo um pouco do forró e entrando no maracatu (como na música "Sêmen") e a ciranda (na música "Pescador"). Em 2001 lança o "Terceiro Samba", considerado o cd mais autoral e maduro. Alguns anos depois a banda acaba e Siba volta para a Zona da Mata, onde depois segue carreira solo com o nome Siba e a Fuloresta. Neste novo projeto, segue as mesmas raízes, focando mais no coco e na ciranda e acrescentando instrumentos de metal, como trombone, trompete e tuba. As letras consistem geralmente de versos e assim o Mestre Ambrósio não se acabou completamente.

O que merece destaque e que espelha a qualidade musical e reginoal da banda é o fato de Siba ter realmente ido sentir a música onde ela surge. Conhecendo a história e vivendo o cotidiano, pôde penetrar fundo na mata rica e fértil da cultura nordestina. Mais do que agregar valores o Mestre Ambrósio soube dar um ar moderno e profundo a musicalidade folclórica pernambucana, pois entre tantos que tentam se aventurar em terras já conhecidas, o Mestre Ambrósio é um de poucos que realmente encontraram a semente e viram de perto até onde vão as raízes de nosso sangue.

http://www.youtube.com/watch?v=okCA5uT6PCg

Confesso

Confesso que náo sei mais ouvir, nem falar, nem sentir, nem cheirar, nem tocar direito. Porque tudo isso exige entrega plena, entrega essa que ficou em algum lugar do passado, jogada pelo canto depois de eu ter daddo de presente para "alguéns". E toda essa gama de sensacões inusitadas que todo mundo sente quando vê alguma coisa surpreendentemente bela ou fascinante não me afeta tanto.

Confesso minha loucura admitida, aquela que toma o nosso pulso e nos leva embora em vários momentos e você fica tão ligado áquela nova vida que te toma por outro personagem que parece ser você mesmo, mudando...mas não é...Mesmo assim ela persiste e vive e transborda a certa medida de passos necessários para o seu ritual. E confesso enfim que gosto, gosto de ser outras...e me parece que você também gosta...

Confesso que faco mal, por querer e explícitamente, não para machucar as outras pessoas, mas para fazer testes de como alguém seria se fosse outra pessoa, vivesse outra situacão. Uma espécie de experiência científica que me ajuda bastante a entender o comportamento do ser humano, e o meu próprio as vezes. Porque afinal de contas, não são maldades por maldades, mas quando as coisas voltam...ah, quando as coisas voltam são sempre dobradas né? Então eu sinto o golpe da minha própria faca ás vezes, e confesso que gosto. Porque de outra forma eu não passaria por certas coisas...

Confesso que não consigo sentir raiva, que a minha ira e raiva é de mentira, é teatro pra chamar a atencão ddo telespectador no momento exato...E as vezes ele não presta a devida atencão...Daí vem o sentimento que eu também finjo ser raiva que é o da tristeza solitária...Aquela que ninguém nunca vai entender, ou mesmo ve-la...porque escondo..

Mas vamos falar de coisas bonitas também...Eu confesso que encontrei a felicidade! Mas ela foi embora...Daí encontrei de novo! E perdi de vista, mas eu sei onde encontrá-la, sim e é bem fácil até. xD. A receita é a seguinte: pegar uma pessoa querida olhar no fundo dos olhos dela e ficar por lá mesmo, no universo do outro, esquencendo do seu próprio universo por um momento e sentindo a vida do outro como a sua própria...E isso é sentir mais do que felicidade inclusive, é amor gratuito, sem regras definidas pela sociedade, é o dizer eu te amo pelo olhar e não ligar pra quem diz que o seu amor não é verdadeiro, porque todo amor é verdadeiro e válido, cada um à sua maneira...

Confesso que hoje as palavras decidiram ir passear no parque e eu acho que caminhar com elas, que a propósito são ótimas companhias numa tarde de domingo. rsrsrs...

Confesso uma última coisa, que você me faz mais feliz pelo simples fato da sua existência. E que me afasto por não poder proporcionar a mesma coisa pra você. E confesso que você me faz feliz pela sua existência porque tudo é perfeito do seu lado, inclusive as imperfeicóes, mas que não posso viver você. E espero realmente que você tenha gostado de mim assim, como sou, igual eu gostei, assim sabe? Amor gratuito de amigo de confianca, que a gente quer contar todas as novidades e ficar grudada. Ah e você me fez voltar aos meus escritos...


Ah claro não podia deixar de lado uma coisa, confesso que não tenho c cedilha no meu teclado...huahuahuahuahau

sábado, 2 de outubro de 2010

Sorry, I have to go

At the same time
At the same place
We were there
Making some mistakes

How could you cought me
If I am the hunter
Two dangerous creatures
Two universes duals

Could you love an insane girl?
Could you respect her after?

We are standing out the crown
Hoping find some light
Some peace in the pleasure
We can make it...

But we really want this?
Maybe some day in the future
You need her, I need him
And I have to go now,

Sorry

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Tannhauser - Ópera - Sinopse

“Tannhäuser” de Richard Wagner (Leipzig, 22 de Maio de 1813 – Veneza, 13 de Fevereiro de 1883). Quinta ópera do compositor, então com 31 anos. Libreto de Richard Wagner. Estreia em Dresden, no Teatro Real, a 19 de Outubro de 1845. Personagens: Vénus/ Tannhäuser / Um Jovem Pastor / Hermann, Senhor da Turíngia / Wolfram von Eschenbach / Walter von der Vogelweide / Biterolf / Heinrich / Reinmar von Zweter / Elisabeth / Um Jovem Peregrino. Antecedentes: Apesar de estreada apenas 3 meses depois de "Rienzi", "O Navio Fantasma" marca, de facto, a grande viragem no processo criativo de Richard Wagner, processo que se revelaria uma verdadeira ruptura com tudo aquilo que se fizera antes no campo da ópera – e, de certa forma, e salvo raras excepções, com aquilo que se viria a fazer depois. Com "O Navio Fantasma" o compositor abandona o velho conceito de ópera pelo de drama musical, enveredando por um caminho só seu, que nunca abandonaria. "O Navio" põe definitivamente fim às tentativas de criação de óperas ao estilo franco-italiano, como acontecera com "Rienzi". Com "O Navio" Wagner tentou reunir todos os recursos da cena musical, visando a Obra de Arte Total. Wagner começou a escrever "O Navio Fantasma" em Paris, e foi em Paris que recebeu a notícia de que o Teatro de Dresden estava disposto a apresentar uma ópera sua. Parte, portanto, para Dresden no Verão de 1842. "O Navio" estreia em Janeiro de 1843, e Wagner é nomeado Mestre de Capela da Corte de Saxe – o que lhe traz alguma segurança económica. Apesar da sua intensa actividade como Maestro, Wagner não abandona os seus projectos criativos – apesar de alguns se prolongarem por vários anos, como foi o caso do Anel. A seguir a "O Navio Fantasma" Wagner leva a cena uma nova ópera que se revelaria uma constante fonte de preocupações. Estamos a falar de "Tannhäuser". Na verdade, nenhuma outra ópera de Wagner sofreu tantas mudanças como "Tannhäuser" – isto ao longo de 20 anos. O mito do Trovador dividido entre os amores da deusa Vénus e de Santa Isabel da Turíngia tornara-se uma verdadeira obsessão para Wagner, que diria, pouco tempo antes de morrer, "dever ainda ao mundo um Tannhauser".

PRIMEIRO ACTO: A acção decorre durante o Século XIII e a ópera inicia-se no Reino de Vénus, onde o Cantor Tannhäuser se havia entregue às seduções da deusa. Já se passou mais de um ano e ele tem saudades das pequenas aventuras dos mortais, implorando, em vão, à deusa que o deixe partir – o que consegue apenas quando invoca o nome da Virgem Maria provocando o desaparecimento imediato do Reino de Vénus. O 2º quadro passa-se num vale no sopé de Wartburg onde um jovem Pastor toca a sua flauta. Passam Peregrinos a caminho de Roma. Tannhäuser, sentindo-se pecaminoso, roga à Virgem que o absolva das suas culpas. Surge um grupo de Caçadores chefiados pelo Senhor da Turíngia, entre os quais vem Wolfram von Eschenbach, antigo amigo de Tannhäuser. Os dois saúdam-se e o Cantor diz ao amigo que pretende partir para longe, mas Wolfram recorda-lhe que Elisabeth, a sobrinha do Senhor da Turíngia, continua à sua espera, confiante no seu amor. Tannhäuser, sentindo-se renascer com aquela notícia, decide ficar.

SEGUNDO ACTO: O 2º acto passa-se na sala dos Cantores em Wartburg, onde Tannhäuser se encontra com Elisabeth, que o recebe com grandes manifestações de alegria. O Senhor da Turíngia organiza um Torneio de Canto sobre o tema "definição do Amor". Wolfram, que também ama Elisabeth, canta as virtudes da jovem, enquanto Tannhäuser, que não consegue expulsar do pensamento as seduções de Vénus, entoa um hino em louvor da deusa, o que faz fugir da sala todas as mulheres, à excepção de Elisabeth, decidida a proteger o trovador da ira dos outros cavaleiros. O Senhor da Turíngia ordena-lhe então que parta para Roma para implorar o perdão do Papa.

TERCEIRO ACTO: O 3º acto passa-se no vale de Wartburg ao entardecer, onde Wolfram,que renunciou ao amor de Elisabeth, vem com ela esperar os Peregrinos que vêm de Roma. Não vendo entre eles Tannhäuser, Elisabeth fica triste. Ele chega finalmente e desabafa a sua amargura a Wolfram dizendo que, perante a imensidão dos seus pecados, o Santo Padre declarara que eles só seriam redimidos quando florescessem rosas no báculo papal. Tendo perdido toda a esperança, Tannhäuser quer regressar para junto de Vénus. A imagem da deusa aparece-lhe mas desvanece-se quando Wolfram evoca o nome de Elisabeth. Com surpresa, Tannhäuser vê aproximar-se um cortejo fúnebre: Elisabeth morrera de desgosto e de piedade para com o pecador, rogando a sua salvação. Tannhäuser ajoelha perante o seu cadáver, beija-a pela última vez, e morre. Novos Peregrinos aparecem trazendo o báculo papal onde floresceram rosas, sinal de que Tannhäuser morrera purificado e perdoado.

Richard Wagner - Biografia

Wilhelm Richard Wagner (Leipzig, 22 de maio de 1813 — Veneza, 13 de fevereiro de 1883) foi um compositor, maestro, teórico musical, ensaista e poeta alemão, considerado um dos expoentes do romantismo e dos mais influentes compositores de música erudita já surgidos.

Wagner foi responsável por inúmeras inovações para a música, tanto em termos de composição quanto em termos de orquestração. Como compositor de óperas, criou um novo estilo, grandioso, cuja influência sobre a música da época e posterior foi forte. Como poeta, escreveu o libreto de todas as suas óperas.

Infância e juventude

Wilhelm Richard Wagner nasceu a 22 de maio de 1813 em Leipzig, na Saxônia, uma cidade onde já haviam vivido diversos outros artistas de renome, como Bach, Schumann, Mozart, Mendelssohn e Goethe. Sua mãe se chamava Johanna Rosine Pätz. Quanto ao pai, há dúvidas se seria o escrivão de polícia Carl Friedrich Wilhelm Wagner, que vivia maritalmente com Johanna (há dúvidas se eles eram realmente casados; a certidão de casamento nunca foi encontrada) e que morreu apenas seis meses após o nascimento do compositor, 23 de novembro) durante uma epidemia de febre tifóide, ou o pintor e ator Ludwig Geyer, um amigo de Carl. O que se sabe é que, quando o menino tinha apenas dois meses de idade, sua mãe fez uma viagem perigosíssima, atravessando a Alemanha toda ocupada pelas tropas de Napoleão, provavelmente levando o menino consigo, para visitar Ludwig em Teplitz. Tal viagem só pode ser explicada por alguma necessidade urgente. Anos mais tarde Wagner teria confessado a Nietzsche e a sua esposa Cosima que seu verdadeiro pai era Ludwig Geyer, segundo ela atesta no seu diário. Nos últimos anos da vida do compositor, quando ele montou sua casa em Bayreuth, ele pendurou um retrato de Ludwig Geyer na parede, e ele foi o primeiro a notar a estranha semelhança entre aquele retrato e seu filho Siegfried. Ludwig e Johanna se casaram em 28 de agosto de 1814, e um mês depois se fixaram em Dresden.

O pequeno Richard foi criado num ambiente artístico, mas não musical. Seus dois "pais" eram atores amadores; Geyer também era pintor e dramaturgo, e escreveu uma peça, Der bethlehemitische Kindermord (O Massacre dos Inocentes) que foi encenada com sucesso em 1821. Duas irmãs mais velhas de Wagner eram atrizes, Rosalie e Luise, e uma outra tornou-se cantora de ópera, Klara, tendo estreado em 1824 em La Cenerentola de Rossini. Seu tio Adolf era o intelectual da família, e na biblioteca dele Wagner adquiriu bastante cultura. Ele passou um tempo com o tio enquanto seu padrasto sofria de tuberculose.

Tudo que dizia respeito ao teatro enfeitiçava o jovem Wagner, que se sentia transportado da enfadonha realidade e da rotina da vida diária para um mundo de ilusão, mistério e fantasia intoxicante. Para esse garoto cheio de imaginação parecia haver algo de mágico até nos vestiários e armários de apetrechos cênicos. Foi aí também que um lado fortemente erótico da natureza dele foi despertado. O conteúdo dos guarda-roupas de suas irmãs atrizes "exercia uma sedução sutil, um tal charme sobre minha imaginação, que meu coração batia loucamente quando eu tocava um daqueles vestidos", segundo Wagner contaria mais tarde em sua autobiografia, Mein Leben.

Antes de morrer em 30 de novembro de 1821, Geyer já havia notado o talento musical de Wagner, ao ouvi-lo tocar no piano da casa. No entanto, é de se notar quão fragmentários, dispersos e desorientados foram seus estudos musicais nesses primeiros anos. Em 1822, Wagner entra em uma escola religiosa de Dresden. Sob influência de Goethe e de Shakespeare, nessa época escreveu a tragédia Leubald und Adelaide, com o nome Richard Geyer. Em 1825, Wagner começou a tomar lições de piano com um certo Humann. No ano seguinte, a família Geyer o deixa estudando em Dresden e muda-se para Praga. Ainda em 1826, Wagner traduziu doze volumes da Odisséia a partir do grego antigo. Em 1827, ele e a família retornaram para Leipzig, onde havia uma excelente orquestra, a Gewandhaus. Foi ali que ele começou a se nomear Richard Wagner, e onde entrou em contato pela primeira vez com a música de Beethoven. A Sétima Sinfonia teve sobre ele um efeito indescritível. Em 1829 ele ouviu Wilhelmine Schröder-Devrient no Fidelio; ela havia sido admirada nesse papel pelo próprio Beethoven. A fascinação que Wagner sentiu por ela chegou às raias da obsessão. Segundo Wagner, ela era "uma artista como eu nunca vi igual sobre o palco". Ele mandou a ela uma carta fervente de admiração, dizendo que se o mundo ainda ouvisse falar dele, seria graças a ela. Entre 1829 e 1830, Wagner começa a compor mais seriamente, incluindo duas sonatas para piano e um conjunto de cordas, seguidas de um arranjo para piano da Quinta Sinfonia.
Em 1828, Wagner começou a estudar harmonia com Christian Gottlieb Müller, músico da Gewandhaus.[8] A partir de 1830, os estudos musicais de Wagner prosseguiram tomando lições de violino com Robert Sipp, também músico da Gewandhaus, e contraponto, fuga e os princípios da forma de sonata com Christian Theodor Weinlig, Cantor da Igreja de São Tomás de Leipzig, uma venerável instituição musical que já existia desde a época de Bach. Antes de completar dezenove anos, Wagner já tinha composto duas sonatas para piano (em ré menor e fá menor), um quarteto de cordas em ré maior, uma ária para soprano, duas aberturas. Em 1831, ele inicia os estudos na Universidade de Leipzig, encorajado por sua mãe. No ano seguinte, compôs uma sinfonia em dó maior, executada no mesmo ano pela orquestra da Gewandhaus, bem recebida. No mesmo ano Wagner começou a compor uma ópera, Die Hochzeit (As Bodas), baseada numa lenda medieval, mas como sua irmã Rosalie não gostou do libreto, Wagner destruiu o trabalho, restando apenas umas poucas páginas de música.

A primeira ópera completa de Wagner, Die Feen (As Fadas) foi completada em janeiro de 1834, mas só estreou em 1888, depois da morte do compositor. O procedimento de trabalho foi o mesmo que Wagner adotou no restante de sua carreira: um libreto em prosa, que depois era versificado, e por fim a partitura musical. O libreto era do próprio Wagner, baseado em La donna serpente de Carlo Gozzi, que seu tio Adolf tinha traduzido para o alemão. Nessa época, Wagner entrou em contato com a música de Bellini, que ele passou a idolatrar como um verdadeiro deus da ópera. Wagner simplesmente adorava a Norma, I Capuleti e i Montecchi, e outros frutos da musa de Bellini. Também nessa época, o compositor torna-se amigo do novelista alemão Heinrich Laube. Num artigo de junho que ele escreveu para o Neue Zeitschrift für Musik, um jornal de Leipzig pertencente a Laube, ele chega mesmo a atacar a ópera alemã, com suas árias laboriosas, insossas e sem paixão, enquanto que as italianas são melodiosas, bem adequadas à voz, e agradáveis de se ouvir. Esse jornal foi o primeiro espaço aberto para os ensaios escritos por Wagner.

Em 1834 ofereceram a Wagner o cargo de regente no teatro de Magdeburgo. Durante a entrevista com o diretor do teatro na qual conseguiu este emprego, Wagner foi informado de que sua primeira tarefa seria reger Don Giovanni no próximo domingo. Provavelmente não haveria tempo para nenhum ensaio. Assim, Wagner estreou como regente, função na qual sua atuação sempre foi muito louvada. A paixão arrebatadora, o vigor e a energia com que ele regia, por exemplo, a Sétima Sinfonia de Beethoven conquistaram o púbico e a crítica. Quanto à Nona, desde a estréia daquela obra em 1824, ela tinha caído no esquecimento, considerada em toda parte como inexecutável. Foi Wagner quem deu nova vida àquela obra prima do mestre de Bonn.

A composição de Das Liebesverbot (Amor Proibido), segunda ópera de Wagner, ocupou o mestre durante todo o ano de 1835, tendo o libreto sido escrito pelo próprio Wagner no ano anterior. Ele sempre escreveu os libretos de suas próprias óperas, o que o torna uma exceção na história do drama musical, mas ele era egocêntrico demais, e sua concepção artística abrangente demais para que ele pudesse confiar essa tarefa a outra pessoa, embora ele mesmo não se considerasse um grande poeta. Ainda em 1835, morre seu tio Adolf.

A primeira ópera de Wagner apresentada ao grande público, Das Liebesverbot estreou na condução do próprio autor a 29 de março de 1836 e foi um fracasso de proporções colossais[1], que abriu um rombo gigantesco nas já combalidas finanças do compositor. Wagner vivia endividado, e vários fatores contribuíam para isso. Ele tinha o vício do jogo. Ele tinha um apetite insaciável pelas coisas luxuosas, os móveis em estilo requintado, as roupas finas e os perfumes. Ele dava festas suntuosas para seus amigos e era um grande esbanjador. Wagner viveu sempre assim, pedindo dinheiro emprestado e fugindo dos seus credores, até que ele conheceu Luís II, rei da Baviera, que foi quem o salvou dos apuros financeiros.
A 24 de novembro de 1836, Wagner se casou com Christine Wilhelmine "Minna" Planer, uma atriz filha de um mecânico que ele conhecera em Magdeburgo dois anos antes. Esse casamento não foi feliz. O temperamento doméstico e burguês de Minna e seu baixo nível de cultura faziam dela uma companheira inadequada para o gênio extravagante e inquieto que era Richard Wagner.

Em fins de 1836 os débitos de Wagner tinham se acumulado a tal ponto que ele corria o risco de ir parar na prisão por dívidas. Seus credores estavam espalhados por toda a Alemanha, e a única solução que ele teve foi fugir do país. Através de um amigo, Louis Schendelmeisser, que conhecia o diretor do teatro de Riga, na Letônia, Karl von Holtei, Wagner conseguiu ser nomeado regente do teatro daquela cidade, onde vivia uma considerável colônia de alemães. E foi para lá que ele partiu, chegando nessa cidade portuária do mar Báltico no começo de setembro de 1837.
Riga 1837-1839

Em Riga, Wagner teve sérios conflitos com o diretor da ópera, Karl von Holtei. Uma das razões foi a escolha do repertório, mas houve também desavenças pessoais. Circulavam rumores na cidade a respeito do homossexualismo de Holtei, e para calar esses rumores, ele fingia se interessar por várias damas da companhia. Wagner tinha persuadido Minna a abandonar a carreira teatral, e ficou irritado com as tentativas persistentes de Holtei de atraí-la de volta para o teatro. Quando Wagner soube que Holtei estava visitando Minna em sua ausência, e que ele a havia apresentado a um bonito rapaz, um comerciante local, as relações entre o regente e o diretor se tornaram abertamente hostis. No final de 1838 a companhia deveria se apresentar em Mitau. Wagner pegou um resfriado muito forte, mas mesmo assim Holtei insistiu para que ele viajasse junto com os outros. O teatro no qual Wagner teve que trabalhar em Mitau era gelado, e o que era um simples resfriado se transformou numa febre tifóide, que pôs em risco a vida do compositor.

Quando a companhia regressou a Riga, Holtei foi forçado a abandonar a cidade, pois os rumores suscitados pela sua escandalosa reputação atingiram um ponto de saturação. Um novo diretor foi nomeado, mas a direção do teatro também decidiu despedir Wagner, por considerá-lo um sério risco, já que ele poderia ser preso por dívidas a qualquer momento. A situação tornou-se insustentável para Wagner, que praticamente teve que fugir de Riga para escapar dos seus credores. Ele não tinha sequer um passaporte, que lhe havia sido negado pelas autoridades a mando dos credores justamente para prevenir tal fuga.

Paris 1839-1842

Indo por mar até Londres, Wagner seguiu para Paris, onde foi tentar a sorte. Mas a cidade estava dominada naquela época por uma figura gigantesca: o compositor judeu-alemão Giacomo Meyerbeer. Além de ser grande compositor, Meyerbeer era também um astuto homem de negócios. Com seus espetáculos grandiosos e calculados exatamente para satisfazer o gosto do público, ele mantinha o monopólio da bilheteria da Ópera de Paris.

As tentativas de Wagner de encenar Das Liebesverbot em Paris fracassaram, e suas dívidas se acumularam, culminando na sua prisão por dívidas[1] em outubro de 1840. Foi na prisão que Wagner terminou a partitura da sua terceira ópera, Rienzi, que ele começara em Riga. Assim que saiu da prisão, porém, Wagner já tinha na cabeça a idéia de uma outra ópera, Le Vaisseau Fantôme (O Navio Fantasma), e começou a compô-la imediatamente. Uma das primeiras inspirações foi a própria viagem até Paris, em que, em certo momento, o compositor embarcou num velho navio, enfrentando uma terrível tempestade. A situação fez Wagner lembrar da lenda do "Holandês Maldito". A partitura ficou pronta a 19 de novembro de 1841.

Nos últimos meses em Paris, Wagner conseguiu ganhar algum dinheiro fazendo arranjos de partituras de óperas de Donizetti para canto e piano. Essa estadia de Wagner na capital francesa não foi um desastre total. Ele foi apresentado a Liszt, a Berlioz, e a Meyerbeer. A reação do famoso mestre em relação ao jovem compositor não foi hostil. Meyerbeer fez tudo que pode para ajudar Wagner, escrevendo cartas de recomendação a vários teatros da Alemanha. Em março de 1841, Meyerbeer escreveu o seguinte ao diretor da ópera de Dresden, numa carta complementar à partitura completa de Rienzi que Wagner mandara ao mesmo diretor:

Herr Richard Wagner de Leipzig é um jovem compositor que tem não somente uma sólida educação musical mas também muita imaginação; além disso ele tem uma ampla cultura literária e sua situação merece a simpatia de seu país natal em todos esses aspectos. Seu grande desejo é ter sua ópera "Rienzi" representada em Dresden. Eu achei algumas partes que ele tocou para mim dessa obra cheias de imaginação e considerável efeito dramático.

Wagner escreveu a ele em agradecimento:

Que Deus lhe dê alegria em todos os dias de sua linda vida e preserve seus olhos de todo pesar é a prece sincera de seu mui devotado discípulo e servidor, Richard Wagner.

Em abril de 1842, ele e sua esposa deixaram Paris, levando consigo toda sua música e os ainda inacabados manuscritos de Le Vaisseau Fantôme.

A vida em Dresden

Graças à influência de Meyerbeer, Wagner conseguiu estrear Rienzi no Teatro da Corte de Dresden a 20 de outubro de 1842 com grande sucesso, e logo depois foi nomeado Kapellmeister ou diretor artístico e regente do mesmo teatro. Ou seja, uma espécie de "rei" da vida musical na cidade. O cargo era vitalício e o salário muito bom. Em 2 de janeiro do ano seguinte é estreado Der fliegende Hollände (o agora acabado Le Vaisseau Fantôme). Também em Dresden estreou mais uma ópera de Wagner, Tannhäuser em 19 de outubro de 1845, com pouco sucesso. A obra havia sido completamente escrita na cidade, e terminada em 13 de abril.

Numa ida para Berlin encontrou Mendelssohn. Nessa época também visitou Albert, um de seus irmãos, cuja filha Johanna desempenhou o papel de Elisabeth em Tannhauser.

Nessa época, o compositor se interessa cada vez mais pelo drama grego, em particular pela trilogia Oresteia de Ésquilo. Para a criação de Lohengrin o autor leu os clássicos gregos. Ele começou a associar a qualidade dos dramas com os mitos dos povos, e considerou que poderia realizar o mesmo processo em relação às lendas germânicas assim como os gregos. Wagner descobriu a obra de Jacob Grimm, e passou a estudar épicos alemães e a mitologia nórdica. Um de seus escritores favoritos era o poeta Wolfram von Eschenbach, cuja obra Parzival serviu de inspiração para duas de suas obras, Lohengrin e Parsifal. A primeira teve seu libreto terminado em novembro de 1845, e a obra foi completada em 28 de abril de 1848. Nessa obra, Wagner desenvolve o conceito da "melodia contínua".

Atividades revolucionárias

Se quisesse, em Dresden Wagner poderia levar uma vida tranqüila e livre de preocupações financeiras, totalmente dedicado à sua arte. E seria isso que teria acontecido se ele não tivesse se metido em política. Tudo começou quando Wagner tentou introduzir uma série de reformas na orquestra do teatro, cujo principal objetivo era melhorar o desempenho dos músicos a um nível que lhe satisfizesse. Os salários eram baixos, e os músicos forçados a trabalhar demais, com prejuízo à saúde e queda no nível de qualidade. Uma das primeiras coisas que Wagner notou foi a discrepância enorme entre os salários irrisórios dos músicos da orquestra e as somas exorbitantes angariadas por certos cantores solistas com muito menos talento musical; essa anomalia ele estava disposto a corrigir. Músicos velhos deveriam ser aposentados, e instrumentos velhos substituídos por outros novos. O sistema de promoção deveria ser baseado no talento musical, não no tempo de serviço. Ao insistir nessas reformas, Wagner passou a ser muito mal visto pelos seus superiores.

Em fevereiro de 1848, no mesmo mês em que Marx e Engels publicaram o Manifesto do Partido Comunista, estourou na França a revolução que depôs Luís Filipe, o rei burguês. Aos gritos de liberté, l'égalité ou la mort, sublevações estouraram por toda a Europa contra as monarquias absolutas. Na Itália e na Alemanha alguns dos revoltosos tinham por objetivo a unificação dos respectivos países. Wagner também ficou entusiasmado pelos ideais revolucionários. De repente, a música passou para segundo plano nas suas preocupações imediatas e a política para o primeiro. No mesmo ano, o agitador anarquista russo Mikhail Bakunin se refugiou em Dresden, e ele e Wagner se uniram em estreita amizade. Somente numa sociedade alemã totalmente transformada Wagner podia ver a possibilidade de realização dos seus ideais. Os ideais de Wagner nessa época eram fortemente anarquistas, e ele odiava a pomposidade e a perversidade da corte de Dresden. Ele sonhava com a criação de uma nova sociedade alemã, na qual o Volk encontraria expressão numa nova cultura alemã. Movido por esses ideais, Wagner entrou para o Vaterlandsverein, um partido político fundado em março de 1848 para lutar pelo estabelecimento da democracia. Lá, Wagner, Bakunin e outros revolucionários discutiam revolução, republicanismo, socialismo, comunismo e anarquismo.

Sua mãe faleceu em 9 de janeiro de 1848. Em junho, Wagner juntou-se à Guarda Comunal Revolucionária e publicou dois poemas revolucionários e um artigo. O primeiro desses poemas, Gruss aus Sachsen an die Wiener (Saudações Saxãs aos Vienenses) parabenizava os austríacos por terem forçado seu imperador a fugir, e incitava os saxões a seguirem o exemplo. O segundo, Die alte Kampf ist's gegen Osten (A Velha Luta é contra o Leste) conclamava a uma cruzada contra a Rússia reacionária. No artigo intitulado "Que relação existe entre a empreitada republicana e a monarquia?", Wagner descreve a nova utopia saxônica que surgiria após a queda da monarquia, com sufrágio universal, um exército do povo, congresso unicameral e uma nova economia burguesa.

A 8 de maio de 1849 Wagner publicou um artigo anônimo no Volksblätter intitulado "A Revolução". Era um texto altamente inflamatório, glorificando a deusa Revolução. Apesar de anônimo, ninguém parecia ter dúvidas a respeito da autoria.

A 1 de abril Wagner regeu uma apresentação pública da Nona Sinfonia de Beethoven. No final da apresentação Bakunin se levantou do meio da platéia, apertou a mão de Wagner e disse bem alto para que todos ouvissem que, se toda música que já foi escrita se fosse se perder na conflagração mundial que estava para acontecer, esta sinfonia pelo menos teria que ser salva.

A 3 de maio de 1849 o rei da Saxônia recusou as exigências dos democratas e ordenou que a Guarda Comunal se dissolvesse. Numa reunião extremamente exaltada que se seguiu na mesma tarde, os membros do Vaterladsverein decidiram oferecer resistência armada às autoridades, que contou com a participação de Wagner. Ele correu à casa do tenor Tichatschek e persuadiu a aturdida esposa do tenor a entregar as armas que seu marido guardava em casa; a seguir foi inspecionar as barricadas. Tropas prussianas estavam a caminho da cidade, a fim de esmagar a revolução. Wagner tomou posse das impressoras do Volksblätter e mandou imprimir panfletos revolucionários, ao mesmo tempo que mandava seu amigo Semper inspecionar as barricadas e mandava comprar granadas. Wagner passou a sexta-feira 4 de maio junto com Bakunin. No dia seguinte as primeiras tropas prussianas entraram em Dresden, e havia lutas pela cidade toda. Wagner subiu à torre da Kreuzkirche, que era utilizada pelos rebeldes como um excelente ponto de observação. De lá, ele lançou mensagens atadas a pedras a Heubner e Bakunin sobre os movimentos das tropas inimigas. Wagner passou a noite na torre, sob bombardeio contínuo das tropas prussianas. No dia seguinte ele escapou, foi até sua casa e fugiu com Minna para a cidade de Chemnitz (antes Karl-Marx-Stadt), para deixá-la em lugar seguro; mas para horror dela, ele resolveu voltar para o centro da revolta. Em Dresden havia lutas casa a casa, e na prefeitura ocupada pelo rebeldes, os homens estavam desanimados e exaustos após seis noites sem dormir. Wagner foi despachado para Freiberg para chamar reforços. Mas antes que Wagner pudesse retornar a Dresden com reforços de tropas a revolução já tinha sido esmagada.

Wagner juntou-se a Heubner e Bakunin a caminho de Freiberg e sugeriu que eles montassem um governo provisório em Chemnitz. Naquela noite, Wagner e Bakunin dormiram no mesmo sofá. Quando Wagner acordou, Bakunin e Heubner tinham fugido. Wagner correu para onde estava Minna, e os dois rapidamente abandonaram o país.
[editar] Exílio 1849-1860

Os líderes da revolta, Bakunin, Otto Leonhardt Heubner e August Röckel foram condenados à morte (mais tarde as sentenças foram comutadas em prisão perpétua), e se Wagner ousasse pôr os pés em qualquer território alemão teria o mesmo destino, já que os monarcas absolutistas estavam todos unidos contra ele. Wagner se viu então obrigado a passar onze anos fora da Alemanha. Foi um exílio amargo para o compositor. Ele não gostava de Londres, de Paris nem da Suíça, falava mal o francês e achava duro suportar a vida fora da Alemanha.

A rota de fuga passava por Weimar, onde Liszt acolheu Wagner e Minna por alguns dias. Liszt deu algum dinheiro a Wagner e aconselhou que ele fosse para Paris, enquanto Minna ficaria com Liszt. Wagner despediu-se então com grande emoção da esposa e do amigo e seguiu às pressas para a capital francesa, seguindo uma rota sugerida por Liszt que passava pela Suíça e era menos provável que fosse vigiada pela polícia.

Um dia em Paris Wagner entrou na loja Schlesinger de partituras e instrumentos musicais e viu que Meyerbeer estava lá. Ao ouvir a voz de Wagner, Meyerbeer se escondeu atrás de uma cortina, mas Wagner o puxou de lá; mas Meyerbeer, bastante embaraçado, não queria conversar nem ser visto na companhia do notório revolucionário fugitivo, o que é bastante compreensível; afinal de contas, Meyerbeer era na época Oficial da Corte Real da Prússia.

Após essa curta estadia em Paris, Wagner seguiu para a Suíça, onde passaria a maior parte dos seus anos de exílio, principalmente em Zurique. Sua esposa juntou-se a ele meses mais tarde. Apesar de exilado, as óperas de Wagner continuavam sendo representadas na Alemanha e continuavam lhe rendendo dinheiro, o que não impedia que o compositor continuasse cheio de dívidas, devido aos seus hábitos perdulários.

Minna estava cada vez mais rabugenta. Apenas seis meses depois de casados eles já haviam se separado e pensado em se divorciar. Depois se reuniram de novo, mas as brigas, separações e reuniões continuaram. Ela não aprovava de maneira nenhuma o comportamento do marido, e nunca o perdoou pelo seu envolvimento na revolução de Dresden, que destruira para sempre os seus sonhos de uma vida segura como a esposa de um Kapellmeister. Em outubro de 1848, já iniciara o trabalho na gigantesca saga O Anel do Nibelungo, um trabalho hercúleo cuja criação poética e composição musical consumiriam ao todo 26 anos da vida do compositor.
Em outubro de 1850 Otto Wesendonck, um rico empresário, parceiro numa firma de seda de Nova Iorque, chegou a Zurique com sua jovem esposa Mathilde. Wagner conheceu o casal, e se encantou com a jovem e bela Mathilde, sua sensibilidade poética e gosto pela música. Otto também era um homem de grande cultura e refinamento, e passou a ajudar Wagner de muitas maneiras, inclusive financeiramente. Iniciou-se uma abundante troca de correspondência entre Wagner e os Wesendoncks. No mesmo ano são publicados os artigos Die Kunst und die Revolution em fevereiro e Das Judentum in der Musik em setembro. Já no início do ano seguinte é publicado o artigo Oper und Drama, em que o compositor define a ópera como uma globalidade, e não somente música e teatro.

Em 1857 os Wesendoncks construíram uma mansão próxima ao lago de Zurique, num lugar chamado "Montanha Verde". Em seus magníficos jardins foi construída uma segunda casa, que Mathilde batizou de Asyl (refúgio), que seria segundo ela "um verdadeiro refúgio de paz e amizade"; Otto propôs que Wagner fosse morar lá junto com Minna. Wagner aceitou o convite, agradecido; há muito tempo que ele estava à procura de um lugar isolado e calmo onde ele pudesse compor em paz. Minna cuidaria da casa, e a perspectiva de viver a poucos metros de distância da sua Musa encantava Wagner. Quanto à relação que existia entre Wagner e Mathilde, Otto sabia de tudo e não se importava. Só Minna não sabia de nada.

Entre novembro de 1857 e 1 de maio de 1858 Wagner compôs cinco canções para voz e piano sobre poemas de autoria de Mathilde, chamadas de Wesendonck Lieder, que foram orquestradas mais tarde. A paixão entre eles é clara no texto dessas canções. Nessa mesma época, Wagner interrompeu a composição de Siegfried (Das Rheingold e Die Walküre já haviam sido compostas) e começou a compor Tristan und Isolde. Wagner não voltaria a trabalhar no Anel por sete anos.

Todas as noites no Asyl havia serões filosófico-literário-musicais nos quais se discutia interminavelmente Schopenhauer, budismo, abstrações intelectuais e as bases filosóficas da arte. Minna também era convidada, mas era praticamente ignorada. Minna se sentia humilhada e insultada por essa mulher brilhante e atraente que toda manhã vinha conversar com seu marido, dirigindo a ela quando muito uma ou outra frase condescendente. Minna estava ciente de que sua própria beleza estava se esmaecendo, e tomava ópio e outras drogas para aliviar os sintomas de um mal cardíaco que a acometia. Wagner via sua relação com Mathilde como uma espécie de comunhão espiritual entre duas almas gêmeas que se entendiam perfeitamente e compartilhavam os mesmos ideais arte e cultura.
Uma certa manhã de abril de 1858, Minna viu um empregado sair de sua casa carregando uns rolos de papel. Ela o deteve e examinou o que ele estava carregando. Havia papel de música escrita por Wagner, o esboço do prelúdio de Tristão e Isolda e, junto com este, uma carta de amor de Wagner a Mathilde. Aquilo que Minna já suspeitava agora estava confirmado. Ela entrou intempestivamente no quarto onde estava Wagner e esfregou a carta na cara dele. Ele pediu a ela que se acalmasse e não fizesse escândalo. A seguir, Minna foi ter com Mathilde e, proferindo impropérios, esfregou a carta na cara dela também. O escândalo foi tão grande que Wagner e Minna foram obrigados a deixar o Asyl. Enquanto ela voltou para a Saxônia, ele partiu para Veneza. Wagner e Minna se separaram, dessa vez em definitivo, e o divórcio veio logo depois. Minna nunca foi capaz de entender o seu marido; ela é o modelo de Fricka em Die Walküre.

De Veneza, Wagner foi expulso em março de 1859, voltando para Zurique, e estabelecendo-se em Lucerna. Em agosto ele terminou a partitura de Tristão e Isolda. No fim de ano, ele foi a Paris, passando vários meses naquela cidade, convidado pelo próprio imperador Napoleão III a montar Tannhäuser. Assim Wagner conseguiu pala primeira vez realizar seu sonho de montar uma ópera sua em Paris, mas o espetáculo terminou em tumulto, com vaias, apupos e manifestações de desapreço ao compositor alemão. Wagner atribuiu grande parte dessas agitações aos discípulos de Meyerbeer que, segundo ele, vieram estragar o seu espetáculo. O famoso ensaio de Wagner, Das Judentum in der Musik (O Judaísmo na Música) é em parte um ataque contra Meyerbeer.
Dom Pedro II

Ainda em março de 1857 o embaixador brasileiro em Leipzig apareceu inesperadamente em Zurique trazendo uma mensagem para Wagner. Sua Majestade Imperial Dom Pedro II, Imperador do Brasil, estava muito interessado no trabalho de Wagner, e queria que ele fosse para o Rio de Janeiro. Wagner ficou tão surpreso, ele não podia acreditar. Ele mandou partituras ricamente encadernadas e autografadas de O Navio Fantasma, Tannhäuser e Lohengrin para o Brasil, e ficou aguardando uma resposta. Passaram-se muitos meses, e a resposta não veio. Wagner pensou que tinha sido alvo de uma brincadeira. Só muitos anos mais tarde, quando o próprio Pedro II compareceu para cumprimentá-lo pessoalmente no primeiro Festival de Bayreuth, é que Wagner ficou sabendo que o interesse do imperador na sua obra era verdadeiro.

Ainda hoje pode-se ver marcado no livro de visitas do hotel em Bayreuth marcado modestamente: Nome: Pedro II Ocupação: imperador. É de se especular por que Wagner ficou esperando uma resposta e não obteve nenhuma; mas o mais provável é que, por maior que fosse o interesse de Pedro II em trazer Wagner para o Brasil, seus ministros o tenham dissuadido. Afinal de contas, não devemos nos esquecer de que Wagner na época era considerado um revolucionário criminoso, procurado pela polícia na própria Alemanha.

Luís II e Cosima

Em seus onze anos de exílio Wagner tentou várias vezes obter anistia junto ao rei João da Saxônia, mas em vão. Em 1860, finalmente, a anistia foi concedida, e Wagner pode entrar de novo em território alemão. No final de 1861 ele retoma a obra Die Meistersinger von Nürnberg, terminando o libreto no final de janeiro do ano seguinte. Entretanto, Wagner estava numa situação ruim, marcada por viagens e dívidas. Chegou a se esconder em Stuttgart entre março e abril de 1864.

Entretanto, em 10 de março, Luís II torna-se rei da Baviera com apenas dezenove anos de idade, com a morte de seu pai, o rei Maximiliano II. O novo rei era alto, forte e bonito; tinha gosto requintado, era grande apreciador das artes, e fervoroso admirador de Wagner e sua música. Uma das primeiras coisas que o rei fez assim que subiu ao trono foi mandar chamar Richard Wagner à sua corte, que foi recebido em 4 de maio.

Luís II era homossexual, mas a atração que ele sentia por Wagner era espiritual, não física. Era o gênio musical que ele admirava. Entretanto, livros, artigos e até mesmo filmes (como Ludwig de Visconti) têm aparecido aventando uma possível relação homossexual entre Wagner e Luís.

O rei assumiu todas as dívidas de Wagner e concedeu a ele uma pensão de quatro mil florins por ano, suficiente para viver luxuosamente. Wagner passou a residir então numa mansão chamada Villa Pellet, próxima à residência de verão do rei, Castelo de Berg junto ao lago Starnberger (onde posteriormente Luís II morreu afogado). Todos os dias a carruagem real vinha buscar o compositor para levá-lo ao palácio, onde ele passava horas de puro arroubamento discutindo arte com o rei.

No verão de 1864 chegaram à Villa Pellet Hans von Bülow, o regente, pianista e grande amigo e admirador de Wagner, que havia regido várias de suas óperas, e sua esposa Cosima, a filha de Franz Liszt, que Wagner conhecera quando ela era ainda criança. O casal ficou hospedado na residência de Wagner e, pouquíssimo tempo mais tarde, Cosima estava grávida, mas não de Hans. O regente, bastante doente naquela época, pode não ter percebido muito bem o que estava acontecendo, mas quando ele se deu por si já era tarde demais. Sua esposa Cosima e Wagner estavam apaixonados. O pai de Cosima achou essa relação abominável. Ele se deprimiu mais ainda quando Cosima foi o contou que queria se converter ao protestantismo para se casar com Wagner. Cosima conseguiu obter o divórcio de Bülow em 1870. Wagner recebera a notícia da morte de Minna em Dresden quatro anos antes. Wagner e Cosima se casaram a 25 de agosto de 1870.

Cosima revelou-se uma companheira muito mais compreensiva do que Minna. Ela era uma mulher refinadíssima, e não era para menos; afinal de contas, ela era filha de Franz Liszt. Mesmo as relações de Wagner com outras mulheres não a apoquentavam; ela conhecia a alma do marido, sabia do que ele precisava. Havia entre eles uma fidelidade profunda, nascida de uma verdadeira adoração de Cosima pelo deus Richard Wagner. Os dois chegaram até mesmo a fazer um pacto: quando Wagner morresse, ela morreria junto com ele, "numa espécie de eutanásia", o que lembra o final de Tristão e Isolda. Lembra também o duplo suicídio de Hitler e Eva Braun no porão da chancelaria de Berlim em abril de 1945, ou Brünnhilde se jogando sobre a pira funerária de Siegfried.
Wagner não tivera nenhum filho com Minna, mas com Cosima ele teve três: Isolda, Eva e Siegfried.

Em 1865, as vultosas somas que o rei da Baviera estava gastando com Wagner, sem falar no controle que o compositor exercia sobre a política do reino através do seu amigo, causaram uma crise constitucional que pôs a perigo a coroa de Luís II. O rei não teve nenhuma solução senão banir Wagner da Baviera em 6 de dezembro. Com Cosima, Wagner foi então se estabelecer em Tribschen na Suíça, mas a generosa pensão de Luís II continuou a ser paga.

Wagner e Cosima estavam jantando tranqüilamente na sua residência de Tribschen quando chegou uma carta de Luís, a 15 de maio de 1866. O rei estava disposto a renunciar ao trono e abandonar tudo para ir viver junto a Wagner. A situação era delicada. Com muito tato, Wagner e Cosima escreveram a ele dizendo que, se o rei cometesse essa loucura, Wagner perderia sua pensão, jogando a todos numa situação calamitosa. Wagner aconselhou a ele que fosse paciente, se dedicasse aos seus deveres para com a nação, e o deixasse criar suas obras em paz. A situação política era alarmante. Como parte dos planos de Bismarck para a unificação alemã, a Prússia estava prestes a declarar guerra à Áustria. A Baviera teria que escolher um dos lados nessa guerra. Escolheu o lado da Áustria, que foi derrotada. Mas Bismarck permitiu que Luís II conservasse a sua coroa.

Em 1868 Wagner travou amizade com Nietzche, então professor de filologia na Basiléia, que passou a freqüentar assiduamente a sua casa de Tribschen. Os dois se encontraram no fim do ano em Leipzig. A relação com Nietzsche foi muito especial na vida de Wagner, já que Nietzsche era seu fiel admirador e via neste a possibilidade de uma cultura superior, de total afirmação à vida. No entanto, essa relação especial acabou em mútua desilusão, na medida em que Nietzsche passou a desacreditar a cultura como forma de emancipação e perseguir uma ética como estética da existência. Um dos pontos de desinteresse de Nietzsche pela obra do compositor eram os frequentes pontos em comum com a temática e as preocupações cristãs.

O ciclo do Anel do Nibelungo ainda não estava completo, mas a estréia de Das Rheingold se deu em Munique a 22 de setembro de 1869 sob o patrocínio de Luís II, contra a vontade de Wagner, que planejava guardar a estréia para o novo teatro que ele estava planejando construir em Bayreuth. No acordo que Wagner havia assinado com o rei da Baviera, contudo, Luís era proprietário de todas as partituras, com direito a encená-las onde bem entendesse.

A estréia de A Valquíria se deu no mesmo Teatro da Corte de Munique, a 26 de junho de 1870, também contra a vontade de Wagner, que não esteve presente nessa estréia nem na anterior. No auditório estavam presentes Liszt, Brahms, Saint-Saëns e o violinista Joseph Joachim. O país estava num clima de guerra, e o público adorou as donzelas guerreiras de Wagner. O público reagiu com aplausos e ovações ao grito de batalha de Brünnhilde, e às palavras de Wotan denn wo kühn Kräfte sich regen, da rat' ich offen zum Krieg ("Quando poderes audaciosos se enfrentam, eu geralmente aconselho a guerra"), o público todo se levantou e aplaudiu, transformando o espetáculo num verdadeiro espetáculo de chauvinismo germânico, para embaraço de alguns franceses presentes, entre eles Saint-Saëns.

A guerra entre a França e a Prússia estourou a 19 de julho; desta vez todos os estados alemães estavam unidos com a Prússia, inclusive a Baviera. A guerra terminou com a proclamação do Império Alemão (Segundo Reich). A Luís II foi permitido preservar sua coroa, assim como a outros príncipes alemães, mas agora submetidos ao Rei da Prússia (Kaiser ou Imperador Alemão).
O primeiro Festival de Bayreuth

Há muito tempo Wagner sonhava com a construção de um teatro que fosse uma meca, um centro de peregrinação para os amantes de sua arte de todo o mundo. Luís II, que tinha paixão pela arquitetura e adorava construir majestosos castelos e suntuosos palácios, apoiava Wagner nesse projeto. Mas as finanças do reino estavam combalidas pela guerra, e havia forte oposição política a mais esse projeto nababesco. Houve, portanto, dificuldades de financiamento. Wagner recebeu propostas de Londres, Chicago, e até mesmo de Pedro II, imperador do Brasil, que lhe ofereciam ajuda e um local para a construção do teatro, mas no final ele acabou escolhendo Bayreuth. Vários motivos o levaram a fazer essa escolha. A cidade ficava na Baviera, mas próxima à fronteira norte, ocupando uma posição geográfica próxima ao centro do território alemão. Não havia lá nenhuma temporada teatral regular, nenhum spa ou centro turístico por perto; ou seja, nada para desviar a atenção ou concorrer com o seu festival. E as autoridades certamente apoiariam um projeto que traria novo comércio e daria nova vida ao local. O único defeito da cidade — mas isso Wagner só descobriria mais tarde — era ser demasiado chuvosa.

Wagner bolou um sistema de financiamento em que ricos patrocinadores do mundo inteiro comprariam Patronatscheine, cédulas de patrocínio que dariam direito a poltronas durante o festival. Houve poucas vendas, e o esquema falhou. O projeto se arrastou por vários anos até que Luís II, juntamente com a Duquesa Helena da Rússia, o Sultão da Turquia e o Quediva do Egito vieram em socorro de Wagner.

A 21 de novembro de 1874 Wagner colocou a dupla barra final na partitura de Götterdämmerung. A composição do Anel estava finalmente terminada.

A 13 de agosto de 1876 teve início o primeiro Festival de Bayreuth. Uma verdadeira galáxia de celebridades do mundo inteiro se deslocou para Bayreuth para assistir ao evento. Entre eles, podemos citar: Guilherme I, Imperador da Alemanha; Pedro II, Imperador do Brasil; Luís II, Rei da Baviera; Friedrich Nietzsche e sua irmã Elizabeth; entre os compositores: Franz Liszt, Camille Saint-Saëns, Anton Bruckner, Pyotr Ilyich Tchaikovsky.
Morte em Veneza

A composição de Parsifal, a última ópera de Wagner, foi iniciada em Bayreuth em agosto de 1877, e terminada a 13 de janeiro de 1882. Estreou a 30 de julho do mesmo ano. Nessa época ele já desenvolve um problema cardíaco, sofrendo seu primeiro ataque cardíaco.

Nos últimos anos de vida, Wagner adquiriu o hábito de ir passar todos os invernos na Itália; ele sempre detestou o frio. Em setembro de 1882 ele deixou Bayreuth pela última vez e foi para Veneza com a mulher e os filhos, e lá se instalou no Palazzo Vendramin, então de propriedade do Duque della Grazia. A família Wagner ocupou uma suíte de dezoito aposentos, que ele decorou magnificamente e mandou borrifar de perfumes delicados. Iam visitá-lo Liszt, o regente judeu Hermann Levi (o primeiro a reger Parsifal), o pianista judeu Joseph Rubinstein (assistente musical de Wagner desde 1872), o pintor judeu Paul Jukovsky — durante toda a sua vida, Wagner sempre teve muitos amigos judeus — o compositor Engelbert Humperdinck. Wagner e Cosima liam seus autores prediletos: Shakespeare, Goethe, Schiller e Calderón de la Barca. Às vezes Wagner tocava ao piano alguma fuga de Bach.

Na última visita que fez a Wagner, a 13 de janeiro de 1883, Liszt tocou uma peça que compôs de improviso, La Gondole Lugubre. A peça figura a procissão de uma gôndola fúnebre pelos canais de Veneza. Parece que Liszt pressentia que esta seria sua última visita. Exatamente um mês mais tarde, em 13 de fevereiro, Wagner morreu subitamente de um ataque cardíaco, nos braços de Cosima e cercado pelos filhos. Seu funeral foi realizado em Bayreuth.

Após a morte de Wagner, a direção do Festival de Bayreuth passou para sua viúva, Cosima. Ela renunciou em 1906, e seu filho Siegfried assumiu a direção. Cosima e Siegfried morreram ambos em 1930, e a direção do festival passou então para a viúva de Siegfried, Winifred Wagner. Winifred era nazista e muito amiga de Adolf Hitler, por isso ao final da guerra ela foi condenada à prisão com sursis e afastada da direção do teatro; assumiram então seus dois filhos, Wieland e Wolfgang. Entretanto, Wieland morreu em 1966, e Wolfgang continuou no cargo até 2008, quando deixou o cargo.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Cuidado passante te afaste...
Tenho veneno, sangue e suor
Minha ira e tristeza vibram
Na mesma medida que a alegria

Aqui pulsa vermelho e branco
Transpondo internamente sempre
A pureza em vermelho...
O veermelho em pureza...

Afasta-te pois de uma vez
Ou fica e se prepara para a vida
Tormentas de felicidade e sonho
De profunda melancolia virão

Todas serão assimiladas a fundo
E você não tem escolha meu caro
Senão me seguir, ou verás enfim
A morte em vida e o contrário

Todo o caos do mundo sobrevive
Em sentimentos intransponiveis aqui
Onde você se enforcou em gozo
É tempestade de arte e desastres

Furacões, tomentas, vendavais
Tudo será levado em apenas 1 minuto
Um minuto de silêncio por favor
E meu pulso caótico continua sempre

Respirando arte,
fazendo vida,
vivendo a ira
e ironizando a parte...

É tudo uma questão de sensibildade

domingo, 26 de setembro de 2010

http://www.youtube.com/watch?v=WAAU50Z1oeI
No, no intentes disculparte
No juegues a insistir
Las excusas ya existían antes de ti


No, no me mires como antes
No hables en plural
La retórica es tu arma más letal


Voy a pedirte que no vuelvas más
Siento que me duelas todavia aquí
Adentro
Y que a tu edad sepas bién lo que es
Romperle el corazón a alguién así


No se puede vivir con tanto veneno
La esperanza que me da tu amor
No me la dió más nadie
Te juro, no miento
No se puede vivir con tanto veneno
No se puede dedicar el alma
A acumular intentos
Pesa más la rabia que el cemento


Espero que no esperes que te espere
Después de mis 26
La paciencia se me ha ido hasta los pies


Y voy deshojando margaritas
Y mirando sin mirar
Para ver si así te irritas y te vas


Voy a pedirte que no vuelvas más
Siento que me duelas todavia aquí
Adentro
Y que a tu edad sepas bién lo que es
Romperle el corazón a alguién así


No se puede vivir con tanto veneno
La esperanza que me dió tu amor
No me la dió más nadie
Te juro, no miento
No se puede morir con tanto veneno
No se puede dedicar el alma
A acumular intentos
Pesa más la rabia que el cemento


No se puede vivir con tanto veneno
No se puede vivir con tanto veneno

http://www.estadao.com.br/noticias/arteelazer,a-origem-um-filme-complexo-e-fascinante,590895,0.htm

'A Origem', um filme complexo e fascinante

Leo é só o chamariz. Roubar sonhos não é atividade solitária, mas de grupo. Foto: Divulgação

Christopher Nolan é hoje a melhor prova de que existe vida inteligente em Hollywood. Mais do que David Lynch em Império dos Sonhos, ele investiga o universo da mente em A Origem. O filme é sobre um ladrão de sonhos contratado para plantar uma ideia no inconsciente de um homem. Só nesse conceito já está impressa uma reflexão sobre o que é o cinema. Não se trata de construir sonhos, de plantar ideias no imaginário do espectador?

Cinéfilo de carteirinha lembra-se da cena de Cavaleiro das Trevas em que Batman e o Curinga ficam invertidos, mas Nolan filma de um jeito como se estivessem frente a frente, naquele andaime. O diretor já vinha invertendo códigos desde Amnésia, onde contou sua história de trás para a frente, e Insônia, onde transformou em pura luz a natureza sombria do filme noir. Batman e o Curinga invertidos podiam ser figuras emprestadas às pesquisas visuais de M.C. Escher. O artista voltas agora na arquitetura dos sonhos de A Origem. Para roubar uma ideia é preciso fazer uma pessoa sonhar com ela. O sonho tem de ser cuidadosamente planejado e executado. Exige um arquiteto e um conjunto de profissionais para colocar o processo em marcha.

Grupal. Roubar sonhos não é uma atividade solitária, mas de grupo. Leonardo DiCaprio pode ser o chamariz de elenco de A Origem, mas a dramaturgia do filme refere-se ao grupo. Os sonhos de DiCaprio têm até uma mulher fatal, interpretada por Marion Cotillard. Ela morreu, mas vive invadindo os sonhos do ex-marido. Ele quer manter os momentos que tiveram no passado, mas Marion transforma-se num vírus perigoso, que o impede de reencontrar os filhos. A Origem é, no limite, uma ficção científica, mas, como diz Nolan, o que importa não é a ciência, mas o humano. Compare com James Cameron e a imensa revolução tecnológica de Avatar. A Origem tem 400 planos digitalizados contra os cerca de 2 mil que Nolan afirma serem normais numa produção deste porte.

A técnica é importante, mas as ideias são mais. O desafio de Nolan é radicalizar o conceito de cinema de autor no blockbuster. Você já viu esses conflitos de tempo e espaço em obras de Alain Resnais, por exemplo, mas o que Nolan propõe é outra coisa. Ele mistura os códigos de um cinema feito para o grande público a histórias mais difíceis e até inacessíveis. É o cinema do futuro, que já chegou - popularização da alta cultura. Seu arauto foi Peter Jackson, na trilogia O Senhor dos Anéis, que adaptou da saga erudita de JRR Tolkien. Nolan tem como faróis diretores como Stanley Kubrick, Terrence Malick, Nicolas Roeg, Ridley Scott. E Orson Welles, autor do maior noir já feito - A Marca da Maldade.

Interessa-lhe Escher, mais do que Matrix, cujos personagens também dormem, ligados a computadores, à espera do Escolhido. Não existe escolhido em A Origem, assim como já havia, embutida, uma crítica ao super-herói em O Cavaleiro das Trevas. A ‘inception’ é o McGuffin da trama, recurso hitchcockiano que desencadeia o relato e, a rigor, não significa nada. O tema é a busca da felicidade. Como o velho protagonista de O Mensageiro do Amor, de Joseph Losey, DiCaprio precisa se libertar da influência da flor mortal representada por Marion, mas permanece uma dúvida, um twist final. O desfecho é real ou sonhado? A Origem é rico em referências e subtextos. Você não precisa deles para viajar na poderosa carga emocional deste novo marco do cinemão de autor.

A Origem - Original: Inception. Direção: Christopher Nolan. Gênero: Ação ( 148 min.)Censura: 14 anos. Cotação: Excelente

Pulso de um dia de tango

Me toma por assalto e possui o meu corpo
Num momento repentino todo o silencio é vivo
E as palavras e desejos antes temidos
Se transformam em uma só chama intensa

Algumas pausas, alguns passos e espera
Mas tudo num ritmo só, num riso escondido
que expressa a lua cheia que combriria
Mais tarde, naquela mesma noite de dança

Lado frente frente pausa frente lado
O pulso do tango marcando freneticamente
a noite que lembrava o dia complexo...
lado frente frente pausa frente lado

Pulsa, pulso e a transparência da nudez
Tu me atinges aos poucos e eu me entrego
Anjo da luz e das sombras da noite
Façamos que dure...esse dia de sombras

...

Façamos que dure, mas calculadamente
O misto de frieza e intensidade é fato
Necessário nesse tempo de espera...
Eu farei com que dure...calmamente...

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Não te afobes meu caro

Não te afobes meu caro
Com as coisas da vida
O tempo é curto mas é vivo
E o fluxo de amigos vai e volta

Não te afobes meu caro
Tua identidade vai se perder
Seu caminho se distorcer
Mas você sobreviverá

Não te afobes meu caro
O desespero é tristeza e ira
E assim como tudo na vida
Ele também hei de passar

Não te afobes meu caro
Seu amor é imenso e dual
Assim como futuros amores
Mas no fim tudo é experiência

Não te afobes meu caro
Seu querido amigo se foi
Mas enquanto presente ele sabia
Da sua imensa dedicação

Não te afobes meu caro
Todo mundo morre um pouco
E nasce um pouco todo dia
Só continue no caminho...

Não te afobes meu caro...

EVF

Porque me preocupo c vc! rsrsrs

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Cuidado gente, cuidado

A COISA ESTÁ FICANDO PRETA. PATRULHAMENTO GERAL

O primeiro jornalista a sofrer cerceamento do direito de bem informar, em consequência dos seus verdadeiros, contundentes e procedentes comentários contra os desmandos do atual governo, foi o
Boris Casoy. De acordo com o noticiário da época, ele foi demitido a pedido do próprio Lula.
Entretanto aos olhos dos menos atentos, a coisa vem se agravando de maneira avassaladora e perigosa, senão vejamos:

O Programa do Jô tirou do ar (sem dar qualquer satisfação ao público) o quadro "As Meninas do Jô" que era apresentado às quartas feiras onde as jornalistas Lilian Witifibe, Ana Maria Tahan, Cristiana Lobo, Lúcia Hippólito e, por vezes, outras mais, traziam à público e debatiam todas
as falcatruas perpetradas por essa corja de corruptos que se apossou do país. As entrevistas sobre temas políticos não têm sido mais levadas a efeito atualmente. Virou um programa de amenidades e sem qualquer brilhantismo.

O jornalista Arnaldo Jabor, considerado desafeto pelo governo atual, vem sofrendo, de forma velada e sistemática, todo tipo retaliação. Já foi processado, condenado, amordaçado e por aí vai. Sua participação diária, às 07:10 na Rádio CBN tem se limitado a assuntos sem a relevância que tinha, haja vista que está impedido de falar sobre assuntos que envolvam a política nacional e o atual governo.

A jornalista Lúcia Hippólito, que tinha uma participação diária, às 07:55 hs na Rádio CBN, não está mais ocupando o microfone da emissora como fazia e nenhum comunicado foi feito pelo âncora do horário, o jornalista Heródoto Barbeiro. Sorrateiramente, colocaram-na como âncora em outro horário, onde enfoca matérias mais amenas e sem a habitual, verdadeira e procedente contundência.

Diogo Mainard, da Revista Veja, além de processado, vem sofrendo várias ameaças de morte por parte do jornal do MR-8 (que faz parte da base aliada ao Lula) e de integrantes dos chamados "Movimentos Sociais".

O jornal "Estadão" de São Paulo está sob forte censura governamental há pelo menos 300 dias.

Pelo que se vê, Fidel Castro está fazendo escola na América do Sul.
O primeiro a colocar em prática estes ensinamentos, aniquilando o direito de imprensa foi Hugo Chaves, e pelo andar da carruagem o nosso PresiMENTE está trilhando pelo mesmo caminho.

Constitucionalmente:
Onde está o ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO?

Onde está o
LIVRE DIREITO DE MANIFESTAÇÃO?

Onde está a
LIBERDADE DE EXPRESSÃO?

Onde está a
LIBERDADE DE UMA NAÇÃO?


Este poema diz muito sobre a atualidade:

Poema DA MENTE
Affonso Romano de Sant`Anna

Há um presidente que mente,
Mente de corpo e alma, completa/mente.

E mente de maneira tão pungente
Que a gente acha que ele, mente sincera/mente,
Mais que mente, sobretudo, impune/mente...

Indecente/mente.
E mente tão nacional/mente,
Que acha que mentindo história afora,
Vai nos enganar eterna/mente.



ESSE TEXTO DEVE-SE TRANSFORMAR NA MAIOR CORRENTE QUE A INTERNET JÁ VIU, PARA QUE NA ÉPOCA DAS ELEIÇÕES CONSIGAMOS FREAR A ESCALADA DO MAL!!!


ACORDA BRASIL, ENQUANTO É TEMPO, E REAJA.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Meu professor de análise sintática era o tipo do sujeito inexistente.
Um pleonasmo, o principal predicado da sua vida
regular como um paradigma da 1a conjugação.
Entre uma oração subordinada e um adjunto adverbial,
ele não tinha dúvidas: sempre achava um jeito assindético
de nos torturar com um aposto. Casou com uma regência.
Foi feliz.
Era possessivo como um pronome.
E ela era bitransitiva.
Tentou ir para os EUA.
Não deu.
Acharam um artigo indefinido em sua bagagem.
A interjeição do bigode declinava partículas
expletivas, conectivos e agentes da passiva, o tempo todo.
Um dia, matei-o com um objeto direto na cabeça.



Paulo Leminski

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Mais fonte

http://claricelispectorclarice.blogspot.com/

Clarice por Clarice

“Uma vez eu irei. Uma vez irei sozinha, sem minha alma dessa vez. O espírito, eu o terei entregue à família e aos amigos com recomendações. Não será difícil cuidar dele, exige pouco, às vezes se alimenta com jornais mesmo. Não será difícil levá-lo ao cinema, quando se vai. Minha alma eu a deixarei, qualquer animal a abrigará: serão férias em outra paisagem, olhando através de qualquer janela dita da alma, qualquer janela de olhos de gato ou de cão. De tigre, eu preferiria. Meu corpo, esse serei obrigada a levar. Mas dir-lhe-ei antes: vem comigo, como única valise, segue-me como um cão. E irei à frente, sozinha, finalmente cega para os erros do mundo, até que talvez encontre no ar algum bólide que me rebente. Não é a violência que eu procuro, mas uma força ainda não classificada mas que nem por isso deixará de existir no mínimo silêncio que se locomove. Nesse instante há muito que o sangue já terá desaparecido. Não sei como explicar que, sem alma, sem espírito, e um corpo morto — serei ainda eu, horrivelmente esperta. Mas dois e dois são quatro e isso é o contrário de uma solução, é beco sem saída, puro problema enrodilhado em si. Para voltar de ‘dois e dois são quatro’ é preciso voltar, fingir saudade, encontrar o espírito entregue aos amigos, e dizer: como você engordou! Satisfeita até o gargalo pelos seres que mais amo. Estou morrendo meu espírito, sinto isso, sinto...”


Fontes:
http://www.casaruibarbosa.gov.br/dados/DOC/literatura/clarice_lispector/bibliografia_sobre.html

http://www.claricelispector.com.br/Default.aspx

Clarice Linspector - Biografia e Bibliografia

• 1920Clarice Lispector
- Nasce Clarice Lispector a 10 de dezembro em Tchetchelnik, aldeia da Ucrânia, filha de Marieta e Pedro Lispector.

• 1921
- Clarice Lispector chega ao Brasil com dois meses de idade, razão pela qual se considera muito mais brasileira do que russa,e vai residir em Maceió.

• 1924
- A família se transfere para Recife, onde Clarice passa a sua infância, em um prédio da Praça Maciel Pinheiro. Estuda no Grupo Escolar João Barbalho, passando daí para o Ginásio Pernambucano.

• 1930
- Falece sua mãe.

• 1933
- Pedro Lispector transfere-se com a família para o Rio de Janeiro, passando Clarice a estudar no Colégio Sílvio Leite. Nesse período lê bastante, não só a literatura romântica de Delly, como também as obras de escritores consagrados como Júlio Dinis, Eça de Queirós, José de Alencar e Dostoiewski.

• 1938
- Prepara-se, no Colégio Andrews, para ingressar na Faculdade de Direito.
- Nessa época, freqüenta uma pequena biblioteca de aluguel na Rua Rodrigo Silva, onde escolhe os livros pelo título. Descobre, ocasionalmente, a obra de Katherine Mansfield.

• 1940
- Entra para a Faculdade Nacional de Direito.
- Falece seu pai.

• 1941
- Redatora da Agência Nacional, trabalha ao lado de Lúcio Cardoso, que se tornaria um de seus melhores amigos.

• 1942
- Enquanto cursa a faculdade, começa a escrever seu primeiro romance, Perto do Coração Selvagem.

• 1943
- Trabalha em A Noite como redatora, indo depois para o Diário da Tarde, onde faz uma página feminina assinada por llka Soares.
- Naturaliza-se brasileira.
- Casa-se com o diplomata Mauri Gurgel Valente, em 23 janeiro.

• 1944
- Acompanha o marido a Nápoles. Nessa cidade presta ajuda a um hospital de soldados brasileiros.
- Começa a escrever O Lustre.
- Publica o primeiro livro, Perto do Coração Selvagem, pela editora A Noite. Neste mesmo ano o romance é laureado com o PrêmioGraça Aranha.

• 1946
- Publica, pela Agir, O Lustre.

• 1946
- Reside em Berna, de onde viaja para a Espanha.

• 1949
- França e Itália. Conhece Ungaretti e De Chirico.

• 1949
- Em 10 de setembro nasce, em Berna, seu primeiro filho, Pedro.

• 1950
- Regressa ao Rio de Janeiro.

• 1951
- Passa seis meses em Torkway, na Inglaterra, onde faz as primeiras anotações para A Maçã no Escuro.

• 1952
- Publica Alguns Contos.
- Escreve a crônica "Entre Mulheres" para a revista Comício, sob o pseudônimo de Teresa Quadros.

• 1952-1959
- Reside em Washington.

• 1953
- Em 10 fevereiro, nasce o segundo filho, Paulo.

• 1958-1959
- Colabora para a revista Senhor.

• 1959
- Separa-se do marido e passa a residir definitivamente, com os filhos, no Rio de Janeiro.

• 1959-1960
- Assina, sob o pseudônimo de Helen Palmer, a coluna "Feira de Utilidades", publicada no Correio da Manhã.

• 1962
- Recebe o Prêmio Carmem Dolores pelo romance A Maçã no Escuro.

• 1963
- Pronuncia, no Texas, a conferência "Literatura Atual no Brasil".

• 1967
- Fica gravemente ferida por causa de um incêndio em seu apartamento.

• 1967-1973
- Escreve crônica semanal, aos sábados, para o Jornal do Brasil.

• 1968
- Passa a integrar a Ordem da Calunga, da Campanha Nacional da Criança.

• 1969
- Recebe o prêmio Golfinho de Ouro.

• 1975
- Participa do 1º Congresso Mundial de Bruxaria, em Bogotá, com o texto "Literature and Magic".

• 1977
- Publica uma série de entrevistas em Fatos e Fotos, sob o título de "Diálogos Possíveis com Clarice Lispector".
- Falece em 9 de dezembro.

Bibliografia
No Brasil:

•Alguns Contos. Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Saúde, 1952.

• Água-Viva. Rio de Janeiro: Artenova, 1973.

• Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres. Rio de Janeiro: Sabiá, 1969.

• A Bela e a Fera. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1979.

• A Cidade Sitiada. Capa de Santa Rosa. Rio de Janeiro: A Noite, 1949.
Laços de família
• Clarice Lispector. Rio de Janeiro: Fundação Museu da Imagem e do Som, 1991. (Depoimentos, 7).

• Clarice Lispector. Seleção de textos, notas, estudos biográfico, histórico e crítico e exercícios por Samira Youssel Campedelli e Benjamim Abdala Jr. São Paulo: Abril Educação, 1981.

• De Corpo Inteiro, Rio de Janeiro: Artenova, 1975.

• A Descoberta do Mundo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984.

• Felicidade Clandestina. Rio de Janeiro: Sabiá, 1971.

• Laços de Família. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1960.

• A Legião Estrangeira. Rio de Janeiro: Ed. do Autor, 1964.

• O Lustre. Capa de Santa Rosa. Rio de Janeiro: Agir, 1946.

• A Imitação da Rosa. Rio de Janeiro: Artenova, 1973.

• A Hora da Estrela. Rio de Janeiro: José Olympio, 1977.

• A Maçã no Escuro. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1961.

• O Mistério do Coelho Pensante. Uma Estória Policial para Crianças. Rio de Janeiro: José Álvaro, 1967.

• Mistério em São Cristóvão. Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Saúde, 1952.

• A Mulher Que Matou os Peixes. Desenhos de Carlos Scliar. Rio de Janeiro: Sabiá, 1968.

• Onde Estivestes de Noite? Rio de Janeiro: Artenova, 1974.

• A Paixão segundo G.H. Rio de Janeiro: Ed. do Autor, 1964.

• A Paixão segundo G.H. Edição crítica coordenada por Benedito Nunes. Paris, Association Archieves de la Littérature Latino-Americaine, des Caraibes et Africaines du XXe. Siécle; Brasília: CNPQ, 1988.

• Para Não Esquecer. São Paulo: Ática, 1978.

• Perto do Coração Selvagem. Capa de Santa Rosa. Rio de Janeiro: A Noite, 1944.

• Quase Verdade. Rio de Janeiro: Rocco, 1967.

• Seleta. Seleção e texto-montagem de Renato Cordeiro Gomes. Estudos e notas de Amariles Guimarães Hill. Brasília: INL, 1975.

• Um Sopro de Vida. Pulsações. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1978.

• A Via Crucis do Corpo. Rio de Janeiro: Artenova, 1974.

• A Vida Íntima de Laura. Rio de Janeiro: José Olympio, 1974.

• Visão do Esplendor. Impressões Leves. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1975.

No exterior:

• Água Viva. Traduit par Regina Helena de Oliveira Machado. Paris: Des Femmes, 1980.

• Der Apfel im Dunkeln [A Maçã no Escuro]. Deutsch von Curt Meyer-Clason. Hamburg: Claasen, 1964.

• Der Apfel im Dunkeln [A Maçã no Escuro]. Aus dem brasilianischen Portugiesisch von Curt Meyer-Clason. Frankfurt: Suhrkamp, 1983.

• Un Apprendistato o II Libro dei Piaceri. Traduzione e introduzione di Rita Desti; con una nota di Luciana Stegagno Picchio. Torino: La Rosa, 1981.

• Un Aprendizaje o El Libro de los Praceres. Traducción de Juan García Gayo. Buenos Aires: Sudamericana, 1973.

• The Appel in the Dark. Translated by Gregory Rabassa. London: Virago, 1985.

• Le Bâtisseur de Ruines [A Maçã no Escuro]. Traduit du brésilien par Violante do Canto. Paris: Gallimard, 1970.

• Blizko divokého srdce zivota [Perto do Coração Selvagem]. Prelozila Pavla Lidmilová. Praha: Odeon, 1973.

• La Belle et la Bête [A Bela e a Fera] suivi de Passion des Corps [A Via Crucis do Corpo]. Traduit par Claude Farny. Paris, Des Femmes, 1985.

• Cerca del Corazón Salvaje. Traducción de Basilio Losada. Madrid: Alfaguara, 1977.

• Discovering the World. Translated and introduced by Giovanni Pontiero. Manchester: Carcanet, 1992.

• Eine Lehre oder Das Buch der Lüste [Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres]. Aus dem brasilianischen Portugiesisch von Christiane Schrübbers. Berlim: Lilith, 1982.

• Family Ties. Translated by Giovanni Pontiero. Austin: University of Texas, 1984.

• The Foreign Legion. Stories and Chronicles. Translated by Giovanni Pontiero. Manchester: Carcanet, 1986.

• L'Heure de l'Étoile. Traduit par Marguerite Wuncher. Paris: Des Femmes, 1984.

• The Hour of the Star. Translated by Giovanni Pontiero. Manchester: Carcanet, 1986.

• Liens de Famille. Traduit par Jacques et Teresa Thiérot. Paris: Des Femmes, 1989.

• Le Lustre. Traduit par Jacques et Teresa Thiérot. Paris: Des Femmes, 1990.

• La Manzana en la Oscuridad. Traducción de Juan García Gayo. Buenos Aires: Sudamericana, 1974.

• Die Nachahmung der Rose [A Imitaçâo da Rosa]. Übertragung aus dem Brasilianischen und Nachwort von Curt Meyer-Clason. Frankfurt: Suhrkamp, 1982.

• Nahe dem wilden Herzen [Perto do Coração Selvagem]. Aus dem brasilianischen Portugiesisch von Ray-Güde Mertin. Frankfurt: Suhrkamp, 1983.

• Near to the Wild Heart. Translated by Giovanni Pontiero. Manchester: Carcanet, 1990.

• Okmzik pro hvezdu [A Hora da Estrela]. In: Pet brazilsky'ch novel. Praha: Odeon, 1981.

• Où Etais-tu pendant la Nuit? Traduit par Genevive Leibrich et Nicole Biros. Paris: Des Femmes, 1985.

• La Passion selon G.H. Traduit par Claude Farny. Paris: Des Femmes, 1978.

• La Passione secondo G.H. Traduit par Adelina Alletti; con una nota di Angelo Morino. Torino: La Rosa, 1982.

• Près du Coeur Sauvage. Traduit par Denise Teresa Moutonnier. Paris: Plon, 1954.

• Près du Coeur Sauvage. Traduit par Regina Helena de Oliveira Machado. Paris: Des Femmes, 1981.

Traduções:

Bibliografia

• CHRISTIE, Agatha. A Carga. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1974.

_____. Cai o Pano. O Último Caso de Hercule Poirot. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, s.d.

• CHAGALL, Bela. Luzes Acesas. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1975.

• CRENSHAW, Mary Ann. A Receita Natural para Ser Bonita. Rio de Janeiro: Artenova, 1975.

• LAINÉ, Pascal. A Rendeira. Rio de Janeiro: Imago, 1975.

• MACLEAN, Alistair. A Segunda Aurora. s.n.t.

• MENNINGER, Karl. O Pecado de Nossa Época. Rio de Janeiro: José Olympio, 1975.

• POE, E. Allan. O Gato Preto e Outras Histórias de Allan Poe. Rio de Janeiro: Ed. de Ouro, s.